Ouvir o que o Espírito diz à Igreja
No decorrer da história a Igreja sempre encontrou modos de colocar-se em atitude de escuta para “ouvir o que o Espírito diz à Igreja” (cf. Ap 2-3). É o que testemunham os vários sínodos que ocorreram no passado remoto e recente. O último foi no ano passado, de 6 a 27 de outubro, com o tema “Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

Como já sobejamente afirmamos a palavra “sínodo” explicita uma das notas constitutivas da Igreja de Cristo, pois esta é “una, santa, católica e apostólica”. Da afirmação de que a Igreja “é una” decorre a consciência de que o povo de Deus – pastores e rebanho – só chegará ao destino se perseverar no caminho indicado pelo seu Mestre, o Bom Pastor; se, ao invés, porções, pequenas ou grandes, do povo de Deus se desviam, não acolhem, rejeitam e desobedecem as orientações de seu ponto de referência, o sucessor de Pedro, a unidade é ferida e em vez de “igreja sinodal”, isto é, que caminha junto, ela se torna escândalo para o mundo e falha na sua missão explícita de “evangelizar todos os povos”.

De tempo em tempo, a Igreja precisa rever se de verdade está em sintonia com o seu Mestre fundador e por isso se pergunta: “O que devemos fazer?” Eis a finalidade primordial de um tempo de sínodo. Tempo de escuta para ouvir o que o Espírito está dizendo e pedindo a nós no hoje da história, neste início de milênio, (já se passaram vinte anos!), tempo marcado pela pandemia do coronavírus, pelas polarizações herméticas e excludentes nos vários campos da vida social: a política, a religião, a cultura, a economia, e outras áreas mais.

A partir deste mês de setembro, e seguindo até abril-maio do ano vindouro, a nossa Arquidiocese de Belém retoma o caminho sinodal e organiza assembleias: nas paróquias, nas regiões episcopais, nas pastorais arquidiocesanas, nos movimentos eclesiais, nas comunidades religiosas, e nas novas comunidades de vida apostólica, e também deseja ouvir a sociedade civil organizada, para ser “Igreja de portas abertas” e encontrar uma nova forma de responder ao apelo de evangelização para que “a cidade se encha de alegria” (At 8, 8).

O que todos podemos fazer – e devemos fazer – é rezar a oração para o sínodo arquidiocesano: Ó Deus, nosso Pai, que enviastes para a vida do mundo o vosso Filho Jesus Cristo, Palavra de Vida, e nos chamais a acolhê-lo na fé, concedei-nos a graça de sermos discípulos missionários anunciadores da verdade do Evangelho em nossa Arquidiocese de Belém. Na fidelidade a Jesus Cristo nosso Senhor, obedientes à vossa vontade, empenhemo-nos no serviço do vosso Reino, para que a nossa cidade se encha de alegria. Queremos também cuidar da Amazônia rica e bela para que seja sempre a casa de todos. O vosso Espírito Santo ilumine e fortaleça nossa missão, para que a comunhão, dom da vida divina, cresça cada vez mais em nossa Igreja de Belém e sejamos testemunhas do vosso amor. Ó Mãe e Virgem Maria, Senhora de Belém, intercedei por nós para vivermos a missão com alegria e perseverança. Amém.

Padre Hélio Fronczak
Secretário do Sínodo da Arquidiocese de Belém
Vigário Episcopal da Região Nossa Senhora do Ó
Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo

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