Venha a nós o vosso Reino! Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre! São expressões que brotam com espontaneidade em nossas orações e são patrimônio da Igreja. E a missão da Igreja é justamente o advento do Reino de Deus e contribuir para que todos deem a ele sua adesão. A Igreja é realização do Reino de Deus, mas ele vai além de suas fronteiras. A própria Igreja, no mistério da graça, podemos dizer que chega até onde vai o amor de Deus. Assim, no meio do mundo, a Igreja resplandece como sinal dos valores do Reino de Deus, tendo recebido de Jesus a tarefa de chegar até os confins da terra.
O Reino de Deus não se expressa como um poder humano, pois não é deste mundo, como afirma o Senhor diante de Pilatos. Não será procurado num lugar ou outro, mas se encontra no meio de nós. Mais ainda, ele vem como dom do alto, pelo que se deve suplicar pela sua chegada. O mundo vem a ser visto não como ameaça, mas um imenso desafio, uma semeadura confiada à criatividade dos cristãos, conduzidos pelo Espírito Santo, a fim de que cresça e se manifeste.
O Reino de Deus, sem dúvida misterioso, deve ser buscado como a meta mais importante da existência, a ponto de esperar que todo o resto nos venha por acréscimo. Mas as leis do Reino já foram inscritas por Deus no grande livro feito por ele na própria natureza. A nós, cabe aprender a compreendê-lo, e a Escritura nos aponta os caminhos. No entanto, Deus nos dispensa do árduo esforço para superar os eventuais obstáculos, pois fomos criados com o maravilhoso dom da liberdade.
Uma das tarefas que nos cabem é o discernimento, com o qual aprendemos a identificar valores e contra valores e a optar por aquilo que a ele corresponde. Em épocas de crise como aquela que vivemos faz-se urgente o exercício desse discernimento. Boa proposta é ouvir mais a voz da consciência, menos precipitação, fazer-se aconselhar pelos irmãos e, é claro, estar sempre atentos às indicações da Palavra de Deus.
Tarefa igualmente importante é “afofar a terra do mundo”, para que venham à tona todas as realidades positivas, que ficam abafadas. Há muita generosidade escondida, tantas capacidades bloqueadas, esperando estímulo. Há plantas a serem regadas, pessoas a serem valorizadas, dons escondidos em nossas famílias e comunidade esperando que alguém os descubra!
A Festa de Cristo Rei neste ano tem um significado especial para a Igreja no Brasil, o encerramento do Ano do Laicato. Por toda parte, em nossas Paróquias, realizam-se semanas missionárias, quando os cristãos e cristãs, marcados com o selo batismal, assumem seu papel de sal, luz e fermento, numa Igreja em saída, respondendo aos constantes apelos do Papa Francisco, para ecoar o “Ide” do Evangelho.
Presidente da Fundação Nazaré de Comunicação, também é apresentador de programas na TV e Rádio e articulista de diversos meios impressos e on-line, autor da publicação anual do Retiro Popular.
Enquanto Padre exerceu seu ministério na Arquidiocese de Belo Horizonte – MG: Reitor do Seminário, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Pároco em várias Paróquias, Vigário Forâneo, Vigário Episcopal para a Pastoral e Capelão de Hospital.
Foi Bispo Auxiliar de Brasília, membro da Comissão Episcopal de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino – Americano – CELAM. Tomou posse como primeiro Arcebispo Metropolitano de Palmas – TO. Atualmente o 10º Arcebispo Metropolitano de Belém.