“Orientações sobre combate ao Coronavírus”

As orientações das autoridades sanitárias e as expressões de comunhão nas diversas partes do Brasil, iluminados que somos também pelas declarações da presidência da CNBB, aqui estão algumas propostas, indicações e determinações a serem implantadas na Arquidiocese de Belém:

1. Sejam mantidas as indicações feitas anteriormente, a saber: Suprimir o abraço da Paz nas Missas, não dar as mãos na oração do Pai Nosso, Comunhão sempre nas mãos.

2. É nossa parte humana e prática agindo. Entretanto, lembrei-me de Davi, que clamou com jejuns e orações, para que Deus se apiedasse do povo. E o Papa Francisco tem insistido no fervor das orações. Veio também à tona uma nova proposta, assim descrita: “Diante da pandemia, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em comunhão com o Papa Francisco no compromisso de intensificar as orações neste período, une-se ao Brasil convocando a todos para um momento de oração a ser realizado na próxima quarta-feira, às 15h30. Na ocasião, a presidência da CNBB juntamente com religiosos e leigos convidados rezarão o Terço da Esperança e da Solidariedade, que será transmitido em todas as televisões de inspiração católica do país, em emissoras de rádio e pela página da Conferência no Facebook. A iniciativa, principalmente em momentos delicados e difíceis como este, busca elevar os corações ao Deus da Vida, no acolhimento de sua Palavra, fortalecendo a fé, a esperança e a união. Conscientes de que as restrições ao convívio não durarão para sempre, aprendamos, a valorizar a fraternidade, tornando-nos ainda mais desejosos de, passada a pandemia, podermos estar juntos, celebrando a vida, a saúde, a concórdia e a paz. Conscientes ainda, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como Dom e Compromisso, tema da Campanha da Fraternidade deste ano, a intenção de oração do terço é dedicada também, além das vítimas, aos profissionais que incansavelmente trabalham por uma solução. “Sejamos disciplinados, obedeçamos às orientações e decisões para nosso bem e não nos falte o discernimento sábio para cancelamentos e orientações que preservem a vida como compromisso com nosso dom mais precioso” (Cf. Nota “Tempos de Esperança e Solidariedade” da CNBB). Todos somos convidados, em espírito quaresmal, a jejuns, sacrifícios, orações incessantes, adoração reparadora ao Santíssimo sacramento nos lugares em que o povo, por algum motivo, ficar sem a Santa Missa, vigílias. Nossas ações humanas são muito importantes, mas usar as “armas” mais fortes, que terão muito mais eficácia. Façamos um verdadeiro combate pelo bem de nossa alma e da Igreja.

3. Incentivamos ainda a vivência de práticas de piedade em família, como a recitação do terço, novenas, via sacra, leitura orante da Palavra de Deus.

4. Recomendamos manter as igrejas abertas e limpas, para as celebrações e demais atividades religiosas. Onde for possível, as portas e janelas estejam abertas e se evite o uso do ar condicionado. Durante o período de maior risco de contágio, as igrejas com grande afluência de fiéis, aumente-se, enquanto possível, o número de celebrações para evitar grandes aglomerações. Levando sempre em conta as condições meteorológicas de nossa região, as Paróquias considerem a opção de celebrações campais.

5. Os idosos e outras pessoas que fazem parte do grupo de maior risco para desenvolver formas graves da doença, podem acompanhar as celebrações litúrgicas em suas casas, através de nossos meios de comunicação, até que seja superada a pandemia. Estas pessoas se sintam tranquilas no que diz respeito ao cumprimento do preceito dominical. Os ministros extraordinários da Comunhão Eucarística, especialmente os mais jovens, encontrem agora um apelo ao trabalho de assistência aos doentes, levando-lhes a Eucaristia.

6. A partir de hoje, a TV Nazaré transmitirá, diretamente da Basílica de Nazaré, Santuário Arquidiocesano da devoção mariana, de segunda a sexta-feira, três missas diárias, às 7h, 12h e 18h. Nos domingos, Missas transmitidas da Basílica às 10h e 18 horas.

7. Faz-se necessário ter os devidos cuidados com a proximidade do confessor e do penitente, na celebração do Sacramento da Reconciliação. Preferencialmente, as confissões sejam em lugares abertos, deixando aos Vigários Episcopais o discernimento acerca dos Mutirões realizados neste período quaresmal.

8. Todas as atividades programadas nas Paróquias podem ser revistas, contando com o bom senso dos nossos sacerdotes e seus respectivos conselhos. Caso seja necessário e possível, sejam adiadas aquelas que possam ser realizadas posteriormente.

9. É preciso manter a serenidade diante de tudo o que está acontecendo, mas ter o devido cuidado, seguindo as normas emanadas pelas autoridades.

10. Nossa atitude pastoral deve ajudar os fiéis a não entrarem em pânico, seguirem as normas das autoridades e manter o clima de oração e fraternidade.

Belém, 17 de março de 2020.

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará

Dom Antônio de Assis Ribeiro
Bispo Auxiliar de Belém do Pará