Rezemos com a Igreja: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amém”.
Vivamos com a Igreja a Novena de Pentecostes e a Semana de Orações pela Unidade dos Cristãos:
Vinde Espírito Santo! O Espírito Santo é dom que desce do alto, do Pai da Luzes. A promessa de Jesus, repetida várias vezes na última Ceia, cumpre-se efetivamente na manhã luminosa do Pentecostes, estando os discípulos reunidos no Cenáculo os apóstolos, junto com Maria, a Mãe de Jesus. Entretanto, há que se pedir sua presença, o que expressa a disposição para acolhê-lo. “Pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta. Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate, a porta será aberta. Algum de vós que é pai, se o filho pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu saberá dar o Espírito Santo aos que lhe pedirem!” (Lc 11,9-13). A Igreja se reúne nestes dias, segundo o modelo de oração, em novena, como fizeram os primeiros irmãos na fé, suplicando a ação do Espírito, que é sempre novo e renovador!
“Enchei os corações dos vossos fiéis!” No hino “Veni Creator” nós pedimos: “Vinde, Espírito Criador, as nossas almas visitai, e enchei os nossos corações com vossos dons celestiais”. Vinde, visitai, enchei! Três expressões que se completam e se explicam mutuamente. Desejemos a plenitude da ação do Espírito Santo, que transborde em dons para nós mesmos e para os outros. Os sete dons do Espírito Santo, Sabedoria, Inteligência, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e Temor de Deus, e sete é símbolo de perfeição, multiplicam-se em tantos outros dons e carismas, com os serviços que deles nascem, para o bem da Igreja e o crescimento do Reino de Deus. Não somos capazes de entender totalmente o alcance da ação do Espírito Santo, tanto que a Sequência de Pentecostes nos faz cantar: “Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele”. Onde quer que alguém queira bem ou faça o bem, tenhamos a certeza de que lá mesmo, sem limitações, o Espírito Santo age!
“Acendei neles o fogo do vosso Amor”. O Apóstolo São Paulo apresenta os dons, carismas e ministérios, assim como os frutos do Espírito Santo que atua na Igreja e nos cristãos. Entretanto, assim se expressa: “Aspirai aos dons mais elevados. E vou ainda mostrar-vos um caminho incomparavelmente superior. Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria” (1 Cor 12,31-13,2). Desejamos suplicar ao Espírito Santo, nesta celebração de Pentecostes, a qualidade de amor que Jesus veio trazer, sabendo que o amor de Deus foi derramado em nossos corações justamente pelo Espírito Santo que nos foi dado (Cf. Jo 15,12; Rm 5,5). Que este amor faça de cada pessoa e cada comunidade um foco de incêndio benéfico, que se alastre em nosso mundo, que grita justamente por ele, mesmo quando ainda não o conhece.
“Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da terra”. O salmista põe em nossa boca a oração: “Todos eles, ó Senhor, de vós esperam que a seu tempo vós lhes deis o alimento; vós lhes dais o que comer e eles recolhem, vós abris a vossa mão e eles se fartam. Se escondeis a vossa face, se apavoram, se tirais o seu respiro, eles perecem e voltam para o pó de onde vieram; enviais o vosso espírito e renascem e da terra toda a face” (Sl 103,27-30). E assim continuamos a rezar com a Igreja, pedindo que tudo seja renovado, na força do grande fruto do Mistério Pascal de Cristo, este dom maior, o derramamento do Espírito Santo. Que se atualize a graça de nosso Batismo Sacramental, com uma nova e abundante efusão do Espírito Santo, suscitando novos critérios, novas práticas de vida, sentimentos e gestos concretos de comunhão, uma avalanche de perdão e misericórdia, como de fato está necessitando o nosso tempo! Que ele suscite ardor apostólico e missionário entre os cristãos, para levar a Boa Nova até os confins da terra.
Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação. A ação do Espírito Santo que almejamos com a Igreja será concretizada em nosso dia a dia, na retidão de nossos pensamentos e ações. Nasça o apelo em nossos corações a uma nova docilidade à ação do Espírito. Que ele mesmo suscite em nós o propósito de agir conduzidos por suas inspirações, já que sozinhos efetivamente quebramos a cabeça e nos perdemos pelos caminhos do mundo! Peçamos ainda: “A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor. Nosso inimigo repeli, e concedei-nos vossa paz; se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás” (Cf. Hino “Veni Creator”).
Presidente da Fundação Nazaré de Comunicação, também é apresentador de programas na TV e Rádio e articulista de diversos meios impressos e on-line, autor da publicação anual do Retiro Popular.
Enquanto Padre exerceu seu ministério na Arquidiocese de Belo Horizonte – MG: Reitor do Seminário, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Pároco em várias Paróquias, Vigário Forâneo, Vigário Episcopal para a Pastoral e Capelão de Hospital.
Foi Bispo Auxiliar de Brasília, membro da Comissão Episcopal de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino – Americano – CELAM. Tomou posse como primeiro Arcebispo Metropolitano de Palmas – TO. Atualmente o 10º Arcebispo Metropolitano de Belém.