De origem paraense, bispo há 7 anos, Dom Antônio assumirá a Diocese de Macapá”

Sua Santidade, o Papa Francisco, nomeou na manhã desta quarta-feira, 18 de dezembro de 2024, Dom Antônio de Assis Ribeiro, até então Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém, como novo Bispo Diocesano de Macapá.

A nomeação ocorre após o Santo Padre aceitar o pedido de renúncia de Dom Pedro José Conti, que deixa o cargo por motivos de idade. Conforme o Código de Direito Canônico, os bispos devem apresentar sua renúncia ao completarem 75 anos, cabendo ao Papa avaliar as circunstâncias e decidir se aprova ou estende o mandato. A partir de hoje, Dom Pedro atuará como Administrador Apostólico da Diocese, até a posse de seu sucessor.

A chegada de Dom Antônio a Macapá está prevista para o dia 22 de fevereiro de 2025, com sua posse na noite de 26 de fevereiro. A cerimônia contará com a presença de todos os bispos do Regional Norte 2 da CNBB, que estarão reunidos na Diocese para a Reunião Anual do Regional.

Dom Antônio de Assis Ribeiro: Trajetória de Vida e Serviços Pastorais

            Trajetória de Vida

Dom Antônio de Assis Ribeiro, SDB, nasceu em 26 de julho de 1966, na zona rural de Capitão Poço, no nordeste do Pará, sendo o quinto de 11 irmãos. Filho de Hipólito dos Santos Ribeiro, agropecuarista, e Domingas de Assis Ribeiro, agricultora, iniciou seu caminho religioso em 8 de dezembro de 1979, ao conhecer a Congregação Salesiana durante uma ordenação sacerdotal. Em 1980, aos 14 anos, ingressou no Centro Vocacional Salesiano em Ananindeua. Seguindo sua formação, fez o pré-noviciado em Manaus (1985) e o noviciado em São Carlos-SP (1986), onde professou seus votos religiosos em 10 de janeiro de 1987.

Cursou Filosofia em Manaus (1987-1989) e realizou o tirocínio pastoral entre 1990 e 1991, colaborando na formação de noviços. Entre 1991 e 1994, estudou Teologia na Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma, sendo ordenado diácono em 25 de junho de 1994. Sua ordenação sacerdotal aconteceu em 17 de junho de 1995, em Ourém-PA. Com formação complementar, concluiu mestrado em Teologia Moral na Accademia Alfonsiana, em Roma (1997-1999).

Dom Antônio assumiu diversas funções ao longo dos anos, como diretor de instituições salesianas, professor de Teologia Moral, conselheiro estadual e municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, além de atuar em missões indígenas e em paróquias do Amazonas. Em 28 de junho de 2017, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, com a sua ordenação acontecendo em 02 de setembro do mesmo ano.

Serviços Pastorais

Desde sua nomeação episcopal, Dom Antônio tem desempenhado papéis significativos na Arquidiocese de Belém, com destaque para a juventude e ações sociais. Em 2018, idealizou o Centro Juvenil Arquidiocesano, promovendo uma pastoral juvenil dinâmica e sinodal. Destacam-se iniciativas como os Oratórios Paroquiais, o Acampamento Juvenil Arquidiocesano e o Festival Junino da Juventude, que, em 2024, mobilizou milhares de jovens. Ele também organizou a Pastoral Juvenil Socioeducativa, voltada para adolescentes em medidas socioeducativas, e lançou o Réveillon da Juventude, com a primeira edição programada para 2024.

Com sensibilidade missionária, Dom Antônio impulsionou a criação de Áreas Missionárias nas periferias de Belém, promovendo celebrações e atividades religiosas em locais afastados. Também fortaleceu a Pastoral da Saúde, resgatando o uso de plantas medicinais, e implantou a Pastoral dos Shoppings, garantindo a presença da Igreja em centros comerciais.

No âmbito nacional, destaca-se como bispo referencial para a Pastoral Juvenil e Pastoral Carcerária da CNBB Regional Norte II, além de integrar comissões pastorais e administrativas da CNBB. Dom Antônio publicou dois livros: Educação Católica: caminho de Evangelização (2023) e O Grito da Cruz (2024), consolidando suas reflexões teológicas e pastorais.

Com uma atuação marcada pelo dinamismo, proximidade e compromisso social, Dom Antônio segue como referência na promoção da juventude e na missão da Igreja junto às comunidades mais necessitadas.

PRONUNCIAMENTO DE DOM ANTÔNIO DE ASSIS RIBEIRO

NOMEADO BISPO DA DIOCESE DE MACAPÁ

Estimado Dom Alberto Taveira Correa, arcebispo metropolitano de Belém, caro Dom Paulo Andreolli, sacerdotes, religiosos, diáconos e povo em geral da Arquidiocese de Belém.

Caríssimo Dom Pedro Conti, sacerdotes, diáconos, religiosos, consagrados, seminaristas, leigos líderes de Comunidades, pastorais, movimentos, ministérios e povo de Deus em Geral da Diocese de Macapá, a Paz de Cristo!

Quero também cumprimentar os excelentíssimos senhores Clécio Luís Vilhena Vieira (Governador do Estado do Amapá) e Antônio Furlan, Prefeito municipal de Macapá. Cordiais saudações!

No dia da minha Ordenação Episcopal prometi edificar a Igreja, Corpo de Cristo, através da promessa de fidelidade ao Evangelho, de dedicação generosa ao povo de Deus, de comunhão e obediência ao sucessor do Apóstolo Pedro. Por isso, caríssimos irmãos e irmãs, com espírito de fé e humildemente, obedecendo a decisão da Igreja, coloco-me à disposição da nova missão que a mim está sendo confiada.

Sou convicto de que a Igreja Católica é uma grande família, que deve ser sempre animada pelo espírito de comunhão, de corresponsabilidade fraterna, de ação conjunta na animação missionária envolvendo todos os sujeitos, vocações, carismas e ministérios. Portanto, tenho consciência de ser um simples servidor, que se esforçará para ser bom pastor, buscando servir, estimulando o envolvimento, a comunhão e a corresponsabilidade de todos no enfrentamento dos desafios socio-pastorais da Diocese.

Não tenho plano de governo… Os princípios que devem sempre nortear os ministros da Igreja estão nos Evangelhos e nas Diretrizes Pastorais, em abundância, encontradas no atual magistério do Papa Francisco e nos documentos da CNBB.

Não tenho plano de governo porque a Diocese de Macapá tem história que deverei conhecer, nela me encarnar, acompanhar e contribuir para que possa continuar significativa para toda a sociedade Amapaense. Certamente haverá continuidade e, ao mesmo tempo, o necessário discernimento daquilo que o Espírito pedirá à Igreja no Estado do Amapá (cf. Ap 2,7).

Caríssimo Dom Alberto, quero manifestar-lhe o meu profundo agradecimento por sua companhia e espírito fraterno durante os sete anos e três meses de convivência, serviço e comunhão. Foram anos de aprendizagem, partilha da missão, alegrias, conquistas e cruzes. Muito obrigado! Conto com suas orações e apoio!

A sua Santidade Papa Francisco, na pessoa do Excelentíssimo Senhor Núncio Apostólico Dom Giovanni Batista Diquatro, agradeço a confiança depositada em meu ministério episcopal.

Caríssimos irmãos e irmãs da Diocese de Macapá, vou ao encontro de vocês de coração aberto, com vontade de aprender e somar. Juntos e em comunhão trabalhemos na promoção do Reino de Deus dando especial atenção aos mais necessitados.

Com espírito de fé me entrego à Divina Providência, ao Coração do Bom Pastor, a São João Bosco e à Nossa Senhora de Nazaré para que intercedam por mim nessa delicada e exigente missão. Um abraço a todos, rezem por mim e até breve!

Belém, 18 de dezembro de 2024

Dom Antônio de Assis Ribeiro, SDB

Bispo da Diocese de Macapá

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