O Santo Terço: por que e como rezá-lo?

O terço é uma forma tradicional de oração encorajada pela Igreja. Por meio dessa oração, os católicos contemplam os mistérios da vida de Jesus, confiando suas intenções à Nossa Senhora. Eis alguns conselhos para rezar o terço e o rosário, e algumas explicações para entender melhor por que rezá-lo. Encontre, ainda, outras formas de rezar diferentes do terço tradicional, como o terço da misericórdia, terço das Santas Chagas o terço da providência ou ainda o terço da libertação.

Como rezar o terço?

O terço é uma oração que consiste em:
recitar orações, segundo o método do terço;
meditar os mistérios do rosário, ou seja, as etapas da vida de Jesus;
confiar intenções de oração a Nossa Senhora.

O método do terço
A oração do terço é feita com um objeto chamado terço. Ele é composto de cinco dezenas (cinco séries de dez pedras separadas por uma pedra maior (ou mais distante), e uma extremidade composta por cinco pedras e uma cruz. Cada pedra corresponde a uma oração a ser recitada, partindo da cruz e dando a volta no terço:
– na cruz: 1 sinal da cruz e 1 Credo;
– nas 5 pedras da extremidade: 1 Pai Nosso, 3 Ave Marias e 1 Glória ao Pai;
– Em cada dezena: 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e 1 Glória ao Pai;
– Ao final de todas as dezenas: 1 Infundi, Senhor e 1 Salve Rainha.
Para concluir cada dezena, além do Glória ao Pai, podemos ainda recitar a oração de Fátima: “Ó, bom Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.” Ou a oração do Imaculado Coração de Maria: “Mãe de Deus, derramai sobre a humanidade inteira as graças eficazes de vossa chama de amor, agora e na hora de nossa morte. Amém.”.

Os mistérios do rosário

Os mistérios do rosário são etapas da vida de Jesus as quais somos chamados a ver com o olhar de Maria e a meditar com o seu coração. São 20 mistérios no total, de cinco tipos ou séries de mistérios:
– 5 mistérios gozosos: a anunciação, a visitação, a natividade, a apresentação de Jesus no Templo e a perda e encontro de Jesus;
– 5 mistérios luminosos: o batismo de Jesus, as bodas de Caná, o anúncio do Reino de Deus, a transfiguração e a instituição da eucaristia;
– 5 mistérios dolorosos: a agonia de Jesus, a flagelação, a coroação de espinhos, o transporte da cruz e a crucificação de Jesus;
– 5 mistérios gloriosos: a ressurreição, a Ascensão de Jesus, Pentecostes, a Assunção de Maria e a coroação de Maria.

No decorrer do terço, podemos meditar um mistério a cada dezena. Somos, portanto, convidados a meditar os cinco mistérios de uma das quatro categorias apresentadas anteriormente. Costumam dividir essas categorias em dias da semana:
– segunda-feira e sábado: mistérios gozosos;
– terça-feira e sexta-feira: mistérios dolorosos;
– quarta-feira e domingo: mistérios gloriosos;
– quinta-feira: mistérios luminosos.

Percebamos que, rezando os mistérios indicados para cada dia, uniremo-nos em oração com toda a Igreja, mas isso não é uma obrigação. Cada um pode, da forma de for mais conveniente, decidir qual mistério deseja meditar ao rezar o terço.
O rosário corresponde a quatro terços e, em seu decorrer, são meditados todos os mistérios.

Intenções de oração

Da mesma maneira que cada dezena é associada à meditação de um mistério, ela pode também estar associada a uma intenção de oração. O terço, sem deixar de ser centrado em Jesus Cristo, é também uma oração mariana. Ele é rezado na companhia de Nossa Senhora, nossa Mãe, que nos introduz na contemplação de vida de seu Filho e que recolhe nossas orações para apresentá-las a Jesus.

As intenções que confiamos à intercessão da Virgem Maria podem ser:
– intenções pessoais: Maria acolhe tudo o que vivemos e o que vivem aqueles que nos são próximos;
– intenções universais: Maria porta em seu coração as orações pelo mundo, pela Igreja, pelos doentes, por aqueles que estão longe de Deus, pelos mortos etc.
Por que rezar o terço?

No século XVI, São Pio V definiu o formato do terço assim como conhecemos hoje. Desde então, nenhum papa deixou de recomendar a oração do terço, e numerosas encíclicas são dedicadas a essa temática.
São João Paulo II, em uma carta apostólica sobre o rosário, partilhou que o rosário era sua “oração preferida”, “uma oração maravilhosa, maravilhosa de simplicidade e profundidade”. Para ele, o terço nos coloca “em comunhão viva com Jesus por meio do coração de sua Mãe”, pois pela meditação dos mistérios, a oração do rosário “se desenrola no ritmo da vida humana” acompanhando-nos “nos tempos felizes e nos tempos de provação”. “Nele, encontrei reconforto”, diz o santo soberano pontífice. Ele nos convida a nos colocarmos “na escola de Maria”, de quem devemos aprender a contemplação do mistério cristão, autêntica “escola de oração” e “pedagogia de santidade”.

 

Fonte: Hozana.org

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