Com grande alegria, trazemos aqui palavras do Papa Francisco constantes da Exortação Apostólica “Christus vivit” – “Cristo vive”, assinada hoje no Santuário de Loreto, na Itália, como fruto do Sínodo sobre os jovens. Queremos que elas sejam dirigidas a todos os jovens, de zero a cem anos, especialmente àquele que é chamado por Deus ao sacerdócio no dia de hoje, Diácono Humberto, desta Comunidade Paroquial de Nossa Senhora do Bom Remédio, aqui ordenado Diácono, também acompanhado pelos Diáconos Permanentes da Arquidiocese e pela Escola Diaconal Santo Efrém.
Diz o Papa: “No evento da Anunciação, que a Igreja celebra neste 25 de março, aparece a dinâmica da vocação, expressa nos três momentos que marcaram o Sínodo: escuta da Palavra; discernimento; e decisão. O primeiro momento, o da escuta, manifesta-se nas palavras do anjo: ‘Não temas Maria, conceberás um filho, lhe darás à luz e o chamarás Jesus’. É sempre Deus quem toma a iniciativa de chamar a segui-lo. Precisamos estar prontos e dispostos a escutar e acolher a voz de Deus, que não se reconhece no barulho e na agitação. O segundo momento típico de cada vocação é o discernimento, expresso nas palavras de Maria: ‘Como acontecerá isso?’ Maria não duvida, pelo contrário, quer descobrir todas as surpresas de Deus. E esta é a atitude do discípulo: colaborar com a iniciativa gratuita do Senhor para aprofundar as próprias capacidades. A decisão é a terceira fase que caracteriza cada vocação cristã, explicitada na resposta de Maria ao Anjo: ‘Faça-me em mim segundo a tua palavra’. Maria é o modelo de toda vocação e a inspiradora de toda pastoral vocacional: os jovens que estão em busca e se interrogam sobre seu futuro, podem encontrar em Maria Aquela que os ajuda a discernir o projeto de Deus sobre si mesmos e a força para aderir a ele.”
Muitas vezes nós rezamos o Angelus, recordando diariamente o Mistério da Encarnação do Verbo de Deus, intercalando com as Ave-Marias: “O Anjo do Senhor anunciou a Maria, e Ela concebeu do Espírito Santo. Eis a Escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua Palavra. O Verbo se fez Carne e habitou entre nós.”
Também no canto recordamos o mesmo Mistério e adentramos naquele da Eucaristia. Nós cantamos assim: “Desde o princípio, antes mesmo que a terra começasse a existir, o Verbo estava junto a Deus. Veio ao mundo e pra não abandonar-nos nesta viagem nos deixou, dando a si mesmo como Pão. Verbum caro factum est. Verbum panis factum est. E aqui partes o teu pão em meio a nós. Todo aquele que comer, não terá mais fome. Aqui vive tua Igreja em torno a ti, onde se encontrará! A Morada Eterna, aqui!”
Como para Deus um dia é como mil anos e mil anos como um dia, o dia da Encarnação, a Ceia da Eucaristia, a Morte e a Ressurreição do Senhor e o hoje da Missa de que participamos, tudo se torna atual!
Atual o chamado que Deus me fez, há nove anos, para ser Arcebispo de Belém do Pará, debaixo do manto de Santa Maria de Belém, chamando-a também de Nossa Senhora da Graça e Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia! Parece que foi ontem, e foram intensas as muitas graças recebidas nestes nove anos. Deus seja louvado.
Atual a nossa Igreja na juventude perene de seus trezentos anos de criação como Diocese de Belém do Grão Pará, madura e ao mesmo tempo aberta para as novidades de Deus, que não se repete, mas sempre oferece apelos novos e cada vez mais fortes.
Atual a nossa Igreja que se lança de novo em Missão, a luz de nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral e o apelo do jubileu. Justamente hoje, inicia-se um projeto de Visitas Pastorais Missionárias. E começamos pela Região Episcopal mais nova, dedicada ao Coração Eucarístico de Jesus, como um memorial do XVII Congresso Eucarístico Nacional, celebrado em nossa Arquidiocese. E a missão é vivida na perspectiva do Sínodo Especial para a Amazônia, convocado pelo Papa para o próximo mês de outubro e também do Primeiro Sínodo Arquidiocesano de Belém, a ser celebrado no ano de 2020, quando se completarão, com a permissão de Deus, os dez anos de meu ministério nesta Igreja.
Atual, sempre nova e renovada a Igreja de Belém que ordena hoje um sacerdote, jovem na maturidade, novo em sua história, viúvo, pai de família e avô! Somos diferentes, não por qualquer esquisitice, mas por descobrirmos os apelos novos que o Senhor nos oferece. Aqui, é dever fazer memória de sua esposa, que na história sofrida de uma grave enfermidade, foi instrumento de Deus para anunciar ao Diácono Humberto a vocação ao sacerdócio.
Atual para todos nós a grandeza do sacerdócio de Cristo, do qual será participante o Diácono Humberto:
– O padre carrega em si o tesouro da Palavra, o Verbo de Deus a ser proclamado. Ele é o homem do Evangelho, devendo identificar-se com ele, anunciá-lo a si mesmo e aos outros. Seja aquele que acolhe a Palavra num coração bom e puro, do jeito de Maria. Consideradas as devidas proporções, deixe que o Espírito Santo fecunde seu coração e sua vida, como Maria! Ressoe o testemunho em sua mente e em sua boca. Faça-se Carne em sua vida e padre, Diácono Humberto, a palavra que é chamado a pregar.
– O padre é o homem do pastoreio! “O Verbo de Deus, a Palavra, veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram. A quantos, porém, o acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que creem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,11-14). O padre é chamado a gerar vida, gerar comunidade, gerar comunhão, para que todos se tornem filhos de Deus.
O padre é o homem dos sacramentos, especialmente da Eucaristia! “Veio ao mundo e pra não abandonar-nos nesta viagem nos deixou, dando a si mesmo como Pão. Verbum caro factum est. Verbum panis factum est. E aqui partes o teu pão em meio a nós. Todo aquele que comer, não terá mais fome. Aqui vive tua Igreja em torno a ti, onde se encontrará!” O Verbo de Deus se fez Pão da Vida para a vida do mundo. O padre tem seu coração no Altar da Eucaristia, o bem mais precioso da Igreja, de onde nascerá toda a fecundidade de seu ministério. Diácono Humberto, como padre seja dedicado ao ministério da Eucaristia – nenhum dia sem Missa! -, ao Sacramento da Penitência, à Unção dos Enfermos e a ser mestre da oração no meio do Povo de Deus.
Como vemos irmãos, ninguém fica de fora nesta Celebração Eucarística. Tendo ouvido a Palavra, participemos agora do Sacramento da Ordem e depois seremos convidados à Mesa Eucarística!