O que entendemos por “cultura de comunhão”? Para responder esta pergunta é preciso levar em consideração dois aspectos fundamentais:
a) A Igreja é, por vocação, chamada a testemunhar a comunhão trinitária; isto quer dizer que os membros da Igreja precisam viver nos seus relacionamentos pessoais e entre os grupos (movimentos, pastorais, serviços) existentes ao interno da Igreja aquele relacionamento de amor que existe entre as pessoas divinas. É claro que é um ideal altíssimo que precisa ser buscado constantemente.
b) Não basta saber como deve ser uma coisa para que, efetivamente, já aconteça o que se sabe; e sobretudo nas questões da vivência da vida cristã é preciso grande ascese, isto é, esforço constante da parte de todos para que o ideal proposto seja alcançado.
Cultura de comunhão significa, portanto, ter consciência que estamos num caminho rumo à uma meta que ainda não alcançamos. De uma parte é verdade que já vivemos a realidade de Igreja comunhão; contudo, de outra parte é verdade também que ainda não estamos vivendo plenamente a comunhão eclesial a que somos chamados a viver. Sempre podemos crescer em comunhão e participação.
O processo do sínodo arquidiocesano é, neste sentido, um laboratório para fazermos uma verdadeira experiência de comunhão eclesial em vários níveis: ao interno dos grupos paroquiais, na paróquia à qual pertencemos, na região episcopal à qual nossa paróquia pertence e, também, em nível de arquidiocese.
Nestes meses de fevereiro e março estão acontecendo as assembleias paroquiais sinodais. É um grande momento para cada paróquia crescer na vida de comunhão eclesial. Para isso é necessário que todos nos coloquemos em atitude de escuta do Espírito Santo e em atitude de escuta dos irmãos na fé para saber o que o Espírito nos pede como Igreja hoje. É o que desejo a cada paróquia.
Padre Hélio Fronczak
Secretário do Sínodo da Arquidiocese de Belém
Vigário Episcopal da Região Nossa Senhora do Ó
Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo