O Credo no Cotidiano do Católico (Resumo)
- O que é o Credo? Significado e História
a) Significado do Credo:
A palavra “Credo” vem do latim “credo”, que significa literalmente “eu creio” ou “eu acredito”. No contexto da fé cristã, “Credo” refere-se a uma fórmula de crenças fundamentais que expressam a essência da fé professada pela Igreja Católica e outras denominações cristãs.
No decurso dos séculos, foram formuladas numerosas profissões de fé; porém, nenhum destes símbolos deve ser considerado antiquado ou inútil porque servem para conhecer melhor a fé. Aqueles que ocupam um lugar particularmente importante são:
– O Símbolo dos Apóstolos (Credo Apostólico): chamado assim porque resume a fé apostólica e é o antigo Símbolo batismal da Igreja de Roma, onde Pedro teve a sua sede.
– O Símbolo Niceno-Constantinopolitano (Credo Niceno-Constantinopolitano): fruto dos primeiros dois Concílios Ecumênicos da Igreja (Nicéia, 325 e Constantinopla, 381). Foi escrito para defender a fé cristã diante de heresias. É um Símbolo comum às Igrejas do Oriente e do Ocidente.
b) História do Credo
O Credo Apostólico é uma das declarações de fé mais antigas do cristianismo. Ele surgiu entre os séculos II e IV, como uma formulação breve e simples das principais crenças cristãs, usada especialmente no contexto do batismo. Embora não tenha sido escrito diretamente pelos apóstolos, ele é chamado de “Apostólico” porque se acredita que resume a fé que eles transmitiram.
O Credo Niceno-Constantinopolitano foi formulado em resposta a controvérsias doutrinárias e heresias que surgiram nos primeiros séculos, especialmente o arianismo, que negava a divindade de Jesus. Ele foi estabelecido no Primeiro Concílio de Nicéia (325) e posteriormente ampliado no Concílio de Constantinopla (381).
- O Credo como Identidade Católica
a) O Credo como Fundamento da Identidade:
O Credo é a base da identidade do católico porque expressa de forma clara e concisa os fundamentos da fé cristã, que moldam a vida e a espiritualidade da Igreja desde o início. Ele contém as verdades centrais que orientam a compreensão de Deus, de Jesus Cristo, do Espírito Santo, da Igreja e da esperança de vida eterna. Essas verdades não são apenas doutrinas, mas sim convicções que sustentam a maneira de viver e pensar de cada católico, formando um alicerce espiritual comum. Por isso, ao professar o Credo, o católico declara aquilo que orienta sua visão de mundo e seu comportamento.
b) Elementos do Credo e Identidade:
– Deus Pai: ao chamar Deus de Pai, o católico expressa a fé em um Deus que é amoroso, próximo e comprometido com a salvação e bem-estar de cada um de seus filhos. Essa afirmação é, ao mesmo tempo, um reconhecimento e um convite para viver em comunhão com Deus, confiando n’Ele como Pai amoroso e Senhor da vida.
– Jesus Cristo: Afirmar que Deus é Filho significa professar Jesus Cristo como a expressão viva do amor de Deus Pai, que assumiu a nossa condição humana para nos redimir e nos reconciliar com Ele. Essa fé em Deus Filho nos chama a seguir seu exemplo de amor e entrega, e nos une a Ele em nossa caminhada de fé.
– Espírito Santo: ao afirmar que Deus é o Espírito Santo, o católico reconhece o Espírito como a presença viva de Deus em cada um de nós, aquele que nos santifica, nos consola, nos une em comunidade, e nos dá força para seguir o caminho de Cristo. Essa fé no Espírito Santo é um convite a permitir que Ele atue em nossa vida, renovando-nos e guiando-nos para uma vida de comunhão profunda com Deus e com o próximo.
– A Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica: Ao afirmar que a Igreja é una, santa, católica e apostólica, os católicos estão professando a identidade da Igreja como comunidade de fé fundada por Cristo e conduzida pelo Espírito Santo, chamada a ser sinal visível do amor e da verdade de Deus no mundo. Essas quatro marcas apontam para a missão da Igreja de ser instrumento de unidade, de santificação e de testemunho do Evangelho universalmente, enquanto permanece fiel ao ensinamento dos apóstolos. Elas são, portanto, elementos essenciais que orientam e caracterizam a fé católica e a vocação da Igreja no mundo.
– Ressurreição e Vida Eterna: Crer na ressurreição e na vida eterna, para os católicos, é uma expressão de fé no amor e na fidelidade de Deus, que nos chama à comunhão eterna consigo. É uma esperança viva que transforma a visão sobre a vida e a morte, inspirando os fiéis a viver com sentido, amor e confiança na promessa da vida plena em Deus. É a certeza de que, assim como Cristo ressuscitou e vive eternamente, todos os que creem Nele também viverão para sempre em sua presença.
- O Credo na Prática Diária do Católico
a) Viver o Credo na Família
Ao colocar o Credo em prática em casa, cada membro da família é encorajado a fortalecer sua relação com Deus e com os outros, permitindo que o lar se torne um lugar de crescimento espiritual, acolhimento e serviço. Viver o Credo em família é abraçar uma vida de fé que envolve oração, amor mútuo, ensinamento, perdão e testemunho constante do Evangelho. A família se torna, assim, uma “Igreja doméstica”, um lugar onde os valores do Credo são não apenas professados, mas vividos, trazendo a presença de Deus para o centro do lar e da vida cotidiana.
b) Viver o Credo no Trabalho e na Vida Social
Para o católico, viver o Credo no trabalho e na vida social é uma extensão da fé que professa. Essa vivência não se limita à esfera privada, mas deve também inspirar as ações, atitudes e relações no ambiente profissional e nas interações sociais. A fé no Credo leva o católico a agir com integridade, caridade e compromisso, sendo uma testemunha viva dos ensinamentos de Cristo em todas as áreas da vida.
Viver o Credo no trabalho e na vida social é ser um exemplo vivo dos valores do Evangelho. Através da honestidade, justiça, caridade e esperança, o católico testemunha as verdades da fé que professa, tornando-se um sinal do amor de Deus para todos. Dessa forma, o trabalho e a vida social se tornam espaços onde a fé católica é vivida, transformando-se em uma influência positiva que reflete o Reino de Deus no mundo.
c) Viver o Credo na Igreja e na Comunidade
Viver o Credo na Igreja e na comunidade significa integrar-se de maneira ativa e comprometida com a missão da Igreja e o serviço aos outros. O católico, ao professar o Credo, assume o compromisso de ser um membro ativo da comunidade e de viver as verdades da fé em comunhão com os demais. Este compromisso se expressa em atitudes concretas de participação, serviço e testemunho que fortalecem a Igreja e beneficiam a comunidade ao redor.
Viver o Credo na Igreja e na comunidade é assumir a fé de forma ativa, participando na vida paroquial, praticando a caridade, evangelizando e promovendo a comunhão. Ao fazer isso, o católico não apenas fortalece sua própria fé, mas também contribui para a missão da Igreja e para o bem de toda a comunidade. Esse compromisso é a base para ser uma verdadeira “Igreja viva” e uma presença do amor de Cristo no mundo.
d) Reflexão Espiritual Constante
Por fim, não podemos deixar o Credo se tornar apenas um ritual ou um costume. Mas torná-lo que ele seja sempre uma oração viva e refletida, na qual cada frase nos inspire ações concretas de fé.
Por Pe. Idamor da Mota Jr.