Neste segundo domingo do mês de maio, celebra-se o Dia das Mães, e sendo maio o mês também dedicado a Maria, à luz da nossa fé, é para nós, a Virgem Maria, exemplo não só de Mãe, mas também, de discípula.
Na Bíblia, Deus chama cada um pelo nome: Abraão, Moisés, Samuel, Paulo, etc. Mas, o nome que Ele dá a Maria é ‘cheia de graça’, ou seja, ela é a toda santa, da qual o Senhor iria nascer. Esse detalhe é muito importante, porque é a razão pela qual a Igreja Católica venera a figura de Maria, porque foi o próprio Deus quem primeiro homenageou aquela que teria um papel fundamental na história da salvação. Com o seu ‘sim’ dado na Anunciação Maria tornou-se uma colaboradora do desígnio de salvação de Deus Pai, que enviou o seu Filho para salvar a todos.
A Mãe de Jesus deve ser exemplo para cada mãe, cada discípulo, porque encerrou na sua vida as maiores graças que existem no Evangelho: prudência, humildade, serenidade, paz, obediência, força, diligência, sabedoria e muitas outras coisas mais. A sua presença materna na vida de Jesus, da Anunciação ao Calvário, pode ser vista nos Evangelhos: é a mãe que acompanha o Filho, criança frágil na gruta de Belém, em seu crescimento, na vida oculta de Nazaré, na fase adulta da vida pública, no anúncio da Boa Nova, na cura das enfermidades do corpo e da alma, no sofrimento da Paixão e na alegria da Ressurreição e do retorno ao Pai. Nas núpcias em Caná é a mãe presente e ativa que intercede e ajuda a crescer na fé. No cenáculo é a mulher orante que acompanha a Igreja nascente, acolhendo o dom do Espírito Santo. Por tudo isso, afirma o Documento de Puebla (cf. n. 287), a vocação de mãe de Maria é vivida em uma realidade integral. Segundo Caro Mendoza (1986), “trata-se de uma autêntica maternidade pessoal que transcende o processo fisiológico para comprometer a totalidade da pessoa da Mãe”.
A vida de mãe de Maria na sua relação com Jesus inclui a educação, a vida familiar, o sustento, desafios, etc. Por isso, cada mãe deve ser um exemplo para a sua família e para esta sociedade, procurando concretizar na sua vida aqueles belos valores de saber guardar as coisas no coração (cf. Lc 2,51), de viver uma vida de pureza sem mácula, de prudência, de obediência à Palavra de Deus, de diligência, de sacrifício e de aceitação da vontade de Deus. E há muitas mães que cumprem isto na vida, porque sofrem em silêncio o desprezo dos próprios filhos, do esposo, vivem em silêncio o sacrifício de dar tudo por seus lares e é claro que lutam com força contra as situações de humilhação, discriminação a que muitas vezes são submetidas. Mas, “[…] Como Maria, são exortadas a viver, com coragem e serenidade, os desafios familiares tristes e entusiasmantes (…). No tesouro do coração de Maria, estão também todos os acontecimentos de cada uma das nossas famílias, que Ela guarda solicitamente. Por isso pode ajudar-nos a interpretá-los de modo a reconhecer a mensagem de Deus na história familiar” (Amoris Laetitia, n. 30).
De fato, podemos perceber em nossas mães muitos traços de Maria, pois como afirma o Documento de Puebla, n. 299: “Maria é mulher. É ‘a bendita entre todas as mulheres’. Nela dignifica Deus a mulher elevando-a a dimensões inimagináveis. Em Maria o Evangelho penetrou a feminilidade, redimiu-a e exaltou-a. […] Maria é uma garantia para a grandeza da mulher, mostra a forma específica do ser mulher, com essa vocação de ser alma, dedicação que espiritualiza a carne e que encarne o espírito’’.
Portanto, Maria, deve ser tomada como modelo de discípula, mulher, esposa e mãe. Ademais, rezemos à Virgem Maria, para que ela interceda pela vida e vocação de todas as mães, concedendo a graça de fazer de cada lar um verdadeiro templo de culto autêntico em Espírito e Verdade, onde Deus seja amado, respeitado e adorado e seus membros se deem às melhores relações humanas que superam qualquer outra relação.
Seminarista Demison Batista Foiquinos
Membro Professo da Associação Pública de Fiéis Nossa Senhora Mãe da Divina Providência (Movimento Providentino)
Licenciado em Letras Língua Portuguesa
Bacharel em Teologia
Candidato ao Diaconato na Paróquia Nossa Senhora do Ó (Mosqueiro)