Somos inúmeras pessoas a rezar com os santos. Eles podem nos parecer mais próximos de nossa humanidade do que Deus e nos motivar a rezar. Existem maravilhosas orações dedicadas a eles e cada santo é tradicionalmente associado a uma causa, um objetivo particular. Santa Rita é a padroeira das causas desesperadas e dos casais; São José é o padroeiro das famílias, dos trabalhadores e das moradias; Santo Antônio é conhecido como o santo casamenteiro a quem se pode pedir a intercessão para encontrar o amor; Santo Expedito ajuda os aflitos e desesperados, é conhecido como o santo das causas urgentes, São Miguel Arcanjo para os exorcismos; São Bento, que nos deixou como legado sua famosa regra de vida monástica etc. Também é possível pedir aos santos que roguem por nós junto ao Senhor através das ladainhas dos santos.
Os católicos podem também rezar para o anjo da guarda, a fim de invocá-lo e se colocar sob a sua proteção, em uma oração da manhã ou agradecer em uma oração da noite. Distante das superstições e crenças ocultas, nosso anjo da guarda é um protetor dado por Deus que é fiel a nós e tem a função de nos proteger de todo mal. São Padre Pio deixou um legado de diversas orações ao anjo da guarda!
No entanto, é necessário estar atento: jamais nós rogamos aos santos, mas nós pedimos a intercessão deles junto a Deus a nosso favor. Em outras palavras, sempre rogamos a Deus e a Jesus por meio dos santos! Os santos podem também ser para nós modelos e nos inspirar na nossa vida quotidiana.
A história do culto aos santos
A origem do culto aos santos começa desde os primeiros mártires do século II. Os primeiros cristãos iam aos túmulos dos mártires, que eram vistos como modelos, assim como Santo Inácio de Antioquia, Santo Expedito ou São Policarpo. Uma cultura de admiração – não confundir com adoração – foi gerada em torno desses homens e mulheres corajosos que deram suas vidas por Jesus. A partir do século IV era grande a quantidade de pessoas que os tomava como exemplo, também colocando-se sob suas proteções. Aconteceram diversos milagres, reforçando assim as orações de intercessão.
A Idade Média é marcada por uma passagem do culto aos mártires ao culto aos santos, que se difundiu rapidamente graças a um duplo movimento de devoção popular e vontade pastoral. A Igreja propõe a todos os cristãos os santos como exemplos de vida cristã, e os fiéis se colocam sob a proteção dos santos, dos quais a reputação milagrosa já está difundida. Na Europa o culto das peregrinações, dos anjos e das relíquias decola, muitos santuários e lugares icônicos se desenvolvem, grandes catedrais são construídas a fim de abrigar os restos mortais dos santos.
A Reforma Protestante, no século XVI, afirma em claro e bom som que se os santos podem ser tomados como modelos de vida cristã, mas eles não são em hipótese alguma intercessores junto a Deus: Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. Enfim, em 1563, o Concílio de Trento confirma a doutrina da Igreja Católica a respeito disso através das seguintes palavras: “Os santos que reinam agora com Cristo, oram a Deus pelos homens. É bom e proveitoso invocá-los suplicantemente e recorrer às suas orações e intercessões, para que vos obtenham benefícios de Deus, por NSJC, único Redentor e Salvador nosso.”. O culto aos santos tem um lugar particularmente importante nas religiões católica e ortodoxa, como testemunham diversas obras de arte nessa temática, assim como todos os milagres que são associados a eles nos últimos séculos!
O lugar particular da Virgem Maria
Para os católicos, a Virgem Maria tem um lugar todo particular. Ela é a Imaculada Conceição. Aquela que foi escolhida por Deus para portar seu filho em seu seio. Ela é um modelo de pureza, doçura, humildade e Deus a reconheceu como uma mulher diferente das outras, dando a ela essa enorme graça: trazer Jesus Cristo ao mundo. A Igreja Católica a chama de três formas diferentes: Mãe de Deus, Virgem Maria e Imaculada Conceição, Ela possui inúmeras aparições no mundo, como em Fátima, Lourdes, Guadalupe… O dogma de Imaculada Conceição a reconhece como a única mulher sem pecado, que, pelo seu “Sim”, permitiu o nascimento de Jesus Cristo e sua presença como homem no mundo. Dessa forma, uma particular devoção é dirigida a ela e existem diversas orações de consagração à Virgem Maria. Apesar de ocupar um espaço particular na comunhão dos santos e sua relação privilegiada com o Senhor, Maria é uma santa. Uma vez que rezamos à Virgem Maria, pedimos sua intercessão por nós junto a Deus. Ela é uma intercessora poderosa de nossas orações, mas continua sendo uma mulher.
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As novenas
A novena consiste em rezar durante nove dias consecutivos para confiar uma intercessão, receber uma graça particular ou ainda se preparar para uma festa litúrgica. Geralmente, a intercessão de um santo é solicitada durante a novena. Essa forma de rezar é muito popular, sem dúvida isso acontece porque é uma oração baseada na natureza humana:
- Espalhada em diversos dias, a novena nos permite tirar um tempo para colocar diante do Senhor nossas dificuldades, desejar o seu auxílio e preparar nosso coração para receber as graças que Ele concederá.
- Por outro lado, podemos encontrar mais facilidade em nos dirigirmos aos santos ou à Virgem Maria do que a Deus. Seus exemplos podem nos inspirar e saber que eles rezam ativamente por nós pode ser um grande sustento em nossas vidas.
Nas novenas a Santa Rita e a São José são tradicionalmente muito populares, cada um solicitado por seus próprios carismas. Muitas novenas são também dedicadas à Virgem Maria, por exemplo para preparar o coração para celebrar sua Imaculada Conceição, dia 15 de agosto de cada ano, ou a novena a Nossa Senhora Desatadora dos Nós. São Miguel Arcanjo reúne também uma grande quantidade de devotos por meio das novenas, particularmente quando se trata de combate espiritual. Em contrapartida, apesar de certas novenas serem bem conhecidas, não existe nenhuma regra para iniciar uma novena. Podemos confiar qualquer intenção e pedir ou não a intercessão de um santo de nossa escolha.
O santo terço
Enfim, existe uma forma de oração muito difundida para rezar a Deus por meio de Nossa Senhora: o santo terço. O terço diz respeito ora a uma oração ora a uma meditação bíblica. Ele é composto por cinco mistérios de Jesus Cristo, meditados durante o Pai Nosso, 10 Ave Marias e um Glória ao Pai.
“Apegue-se ao Rosário como as folhas de hera se agarram na árvore; porque sem Nossa Senhora não podemos permanecer!”, repetia-nos Santa Teresa de Calcutá.
O terço, também conhecido como “oração do povo” é um belo e simples meio para rezar no dia a dia. Ele nos lembra a oferta que Jesus nos fez de sua vida e permite que nos coloquemos no Coração de Maria por revivermos momentos fortes de sua vida. Seja em uma dezena, um terço ou um rosário completo, cada Ave Maria é como uma rosa que lançamos aos pés de Maria, como um “muito obrigado(a)” que dirigimos a ela do fundo do coração. Mas qual é a diferença entre todas essas orações? Uma dezena corresponde a 10 Ave Marias. Um terço, à meditação de cinco mistérios, ou seja, cinco dezenas. O rosário, por sua vez, é composto de todos os mistérios, ou seja, quatro terços. Uma vez que o rosário é recitado, rezamos, portanto, 200 Ave Marias!
Há também outras orações que podem se recitar durante o terço, como o terço da Divina Misericórdia ou o terço a São José. Menos conhecidos, mas todos tão belos quanto o dedicado à Nossa Senhora, eles nos convidam a redescobrir a vida de Jesus e a caminhar sobre seus passos através o olhar do homem, que foi elevado e protegido.