Celebramos a Solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, Corpus Christi, “a festa da Eucaristia, que ele instituiu na Última Ceia e que constitui o tesouro mais precioso da Igreja. A Eucaristia é o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social totalmente baseado no vínculo espiritual mas concreto com Cristo. ‘Uma vez que há um só pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão’ (1 Cor 10,17). Sem a Eucaristia a Igreja simplesmente não existiria. De fato, é a Eucaristia que faz de uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus. O Espírito Santo, que transforma o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, transforma também quantos o recebem com fé em membros do corpo de Cristo, de modo que a Igreja é realmente sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles” ( Bento XVI, 26.06.2011).
Aproximemo-nos de Jesus Eucaristia, nesta grande Festa que lhe é consagrada. Entremos em nossas igrejas, desde a mais simples capela até as grande catedrais ou basílicas, lá estará uma luz acesa que indica a presença do dono da casa, Jesus. Ali está ele, e se multiplique pelo mundo inteiro esta presença, o verdadeiro foco de incêndio, com o qual o amor de Deus pode abrasar o mundo inteiro! Podemos dizer como há muito aprendemos: “Deus te salve, casa santa, onde Deus fez a morada, onde mora o Cálice Bento e a Hóstia Consagrada”. Achegando-nos ao Tabernáculo, nosso gesto de adoração, com a genuflexão, para dizer “Louvores e graças sejam dados a todo momento, ao Santíssimo e Digníssimo Sacramento”. Em poucas palavras está descrita a Visita ao Santíssimo Sacramento, a ser feita tantas vezes quantas nos for possível. Entra-se na Igreja para adorar, dela saímos para amar o próximo como Jesus amou! Muitos, ao passarem pelas portas de nossos templos, fazem devotamente o sinal da Cruz, e o Senhor é visitado por alguém que lhe diz, como o Apóstolo São Pedro: “Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo!”
No entanto, entramos na Igreja sobretudo para participar da celebração da Santa Missa. Faz bem ver o povo que se dirige à Igreja no dia do Senhor, convocado pelo sino ou pelos sinais interiores que lhe dizem que é dia de Missa, dia de Domingo, no qual se realiza o que existe de mais digno na vida cristã, ouvir a Palavra de Deus, participar do Mistério Pascal de Cristo, dele comungar e voltar às próprias lides fortalecidos e alimentados para a missão, cantando como há tanto tempo “a Missa terminou, começou nossa missão”!
Como participar da Santa Missa? É bom chegar com tempo suficiente para cumprimentar as outras pessoas e para o devido recolhimento. Quem puder, leia em casa, antes do Domingo, os textos da Missa, para ruminar em seu coração e acolher a Palavra. Na maioria das traduções da Bíblia em português, lá no final existe a lista das leituras para o ano inteiro.
Ao entrar para a Missa, dá para perceber que há tarefas, funções e lugares para todos. Até a delicadeza das pessoas que, na pastoral da acolhida, ou com as guardas, tão comuns e importantes em nossas terras paraenses, facilitam para os que precisam encontrar o seu espaço, tudo faz parte da preparação do ambiente para a Missa. Que dizer de leitores, ministério de música, salmista, diácono, sacerdote? Mas aquela pessoa que estiver ali no seu lugar, constituindo a assembleia celebrante, tem tanto lugar e importância quanto todos os outros! Ninguém fica sobrando, e a ausência de uma pessoa deixa machucado o Corpo Místico, composto de todos juntos e cada um!
Atitudes para participar da Missa! Trata-se de uma Assembleia de gente que tem fé, e são tais pessoas que a entendem e podem recolher toda a riqueza de cada palavra e de cada gesto. Entretanto, nossas portas abertas fazem com que nossas Igrejas e Assembleias sejam também para aqueles que não creem ou creem mal! Sim, nem conhecemos bem todas as pessoas que chegam, mas sabemos que foram misteriosamente chamadas a estarem ali, ao nosso lado! Olhar para todos e a todos acolher com amor! Depois, a participação na Santa Missa se faz com a posição do corpo, de pé, ajoelhados, assentados, caminhando, estendendo os braços em oração, mãos postas! Rezamos com tudo o que somos! Missa tem silêncio de escuta, canto, oração prevista pela liturgia, textos pronunciados por algumas pessoas ou por todos, oração espontânea! A riqueza da participação está à nossa disposição!
A missa tem seu ritmo. Primeiro a convocação, o rito penitencial, canto de louvor, oração, tudo para preparar a primeira Mesa, a da Palavra! Escutar, meditar, buscar os caminhos para praticar! O assentimento é feito com a Profissão de fé e os mais profundos desejos expressos nas orações da Comunidade.
E aí somos conduzidos à Mesa Eucarística! Ele tomou o Pão: Apresentação das oferendas. Deu graças: Oração Eucarística com o memorial e presença real do Corpo e Sangue de Jesus, com as grandes orações de intercessão. Ele partiu o Pão e o deu a seus discípulos: Rito da Comunhão! Cada gesto destinado a suscitar verdadeira participação de todos os fiéis! E tudo conduz à comunhão, quando somos transformados naquele que recebemos, de acordo com o ensinamento de Santo Agostinho!
Os louvores, a ação de graças, os pedidos de perdão e as súplicas, elementos essenciais da oração cristã, estão presentes de forma exemplar na Celebração Eucarística, coração dos corações, o maior bem espiritual da Igreja, celebrada e exposta inclusive em nossas ruas na Solenidade de Corpus Christi!
Presidente da Fundação Nazaré de Comunicação, também é apresentador de programas na TV e Rádio e articulista de diversos meios impressos e on-line, autor da publicação anual do Retiro Popular.
Enquanto Padre exerceu seu ministério na Arquidiocese de Belo Horizonte – MG: Reitor do Seminário, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Pároco em várias Paróquias, Vigário Forâneo, Vigário Episcopal para a Pastoral e Capelão de Hospital.
Foi Bispo Auxiliar de Brasília, membro da Comissão Episcopal de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino – Americano – CELAM. Tomou posse como primeiro Arcebispo Metropolitano de Palmas – TO. Atualmente o 10º Arcebispo Metropolitano de Belém.