A Arquidiocese de Belém é um lar para muitos povos, com vivência Eucarística. Tem como maior riqueza a Fé e o trabalho Missionário realizado pelo Clero, Pastorais, Religiosos e Leigos. A missão da Igreja é evangelizar, “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
O que muitos não entendem é que pregar o evangelho vai além das orações ou celebração eucarística. Além de reunir pessoas apenas para rezar, a Igreja Católica tem uma teologia bem configurada, tem responsabilidade, regras e normas que levam a sério seu jeito de ser. Tem um princípio hierárquico, com os Bispos em comunhão com o Sucessor de Pedro, hoje o Papa Francisco, que goza também de grande reconhecimento mundial.
A Arquidiocese de Belém atende cinco municípios da área metropolitana, São eles Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará, tendo em seu território mais de 2 milhões de pessoas. Atualmente conta com 208 sacerdotes, centenas de serviços por meio de pastorais, movimentos, comunidades religiosas e muito mais, para atendimento da população assistida pelas 94 paróquias, divididas em 8 Regiões Episcopais, formadas por 713 igrejas.
Um dos princípios de nossa Igreja é a promoção da vida, atitude que se evidencia por meio de seus inúmeros projetos sociais, de educação, saúde, assistência social, ações coordenadas com instituições locais e internacionais. São crianças, jovens, adultos, idosos, pessoas em situação de abandono, em ruas, casas de assistência social, casas para idosos, doentes crônicos e deficientes, entre outros, atendidos em diversas instâncias. Muitos dos assistidos são residentes em áreas periféricas, à margem da sociedade, com grande representação de subemprego e desempregados, com extrema ou quase nenhuma fonte de renda.
São diversos projetos que a Igreja promove pela sociedade, que acaba por contribuir direta e indiretamente com a administração pública, seja municipal ou estadual. Nos últimos anos a Arquidiocese promoveu diversas ações que trouxeram recursos do exterior para a nossa região. São aportes que geram emprego, segurança, saúde, cidadania, desenvolvimento humano e social.
Existem diversas frentes assistenciais como a Cáritas, Congregações religiosas, Novas Comunidades, Fazenda da Esperança, Missão Belém, Instituto de Desenvolvimento Humano Integral (IDHI), Comissão Justiça e Paz e Pastorais (Saúde, do Menor, da Pessoa Idosa, Carcerária e tantas outras). A promoção humana e assistência aos menos favorecidos fazem parte das prioridades de ação desses diversos núcleos.
A Cáritas Arquidiocesana de Belém, neste período de pandemia (COVID-19), tem promovido projetos de arrecadação e distribuição de cestas de alimentos, produtos de saúde e higiene pessoal. Por seu empenho, um dos projetos busca recursos do exterior e visa atender cerca de 10 mil famílias por mês. O valor do projeto é estimado em R$ 637 mil reais que, por consequência, serão injetados na economia local, uma vez que serão revertidos em compras de materiais de alimentação, saúde e higiene.
Os esforços da Arquidiocese de Belém despertaram também a atenção da Santa Sé, uma vez que o Santo Padre realizou uma doação pessoal de R$ 10 mil reais para assistência social local, através da Cáritas, importância que será destinada à região insular da Arquidiocese.
Como tais ações não são consideradas como serviço essencial para sociedade? Basta ver que elas fomentam iniciativas de economia, segurança, saúde, solidariedade, envolvendo diversas realidades como catadores de material reciclável, pequenos agricultores, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, comunidades em situação de risco e afetadas por desastres socioambientais. Realiza ainda projetos sazonais como Natal Solidário, com a Campanha Belém, a casa do Pão; Feira da Providência; Ações Pastorais, de Movimentos, Serviços e Novas Comunidades, além de promover o auxílio de recuperação de pessoas em tratamento de dependência química, atendimento aos moradores de rua, asilos, entre outros.
A Arquidiocese também promove diretamente ou indiretamente programas e projetos voltados para o combate à pobreza, promoção da saúde e educação das populações mais carentes, a defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, a preservação do patrimônio histórico e artístico e a promoção humana e valorização da cultura. Ainda realiza cursos e atividades com parceiros, de forma gratuita e voltados para a promoção humana, através de qualificação profissional, geração de emprego e renda, assim como tantos outros projetos sociais, tendo em vista a promoção de uma sociedade mais igualitária e que permita boa condição de vida para cada um.
Pode-se citar uma ação da Arquidiocese de Belém que promove a fé, a cultura, o social e contribui diretamente com a Economia Estadual: o Círio de Nazaré. Uma celebração que por si só já é evento significativo para nossa sociedade, pois se trata da fé e cultura do paraense. Uma das maiores festas do mundo, declarada Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Só no ano passado (2019) estima-se que injetou no Estado do Pará cerca de U$ 31,2 milhões, isso mesmo, em dólares.
Se isso tudo ainda não fomenta o entendimento de como a Igreja Católica pode ser considerada um serviço essencial para sociedade, vejamos algumas das ações realizadas por ela no mundo.
A Igreja Católica promove o bem no mundo todo. Ela é a maior instituição de caridade mundial. Segundo revelam os dados do “Anuário Estatístico da Igreja”, publicado pela Agência Fides, a Igreja Católica administra 115.352 Institutos sanitários, de assistência e beneficência em todo o mundo. Deste número, 5.167 hospitais (a maior parte na América, 1.493 e 1.298 na África); 17.322 dispensários a maioria na África, 5.256, América 5.137 e Ásia 3.760; 648 leprosários distribuídos principalmente na Ásia (322) e África (229); 15.699 casas para idosos, doentes crônicos e deficientes – Europa (8.200) e América (3.815); 10.124 orfanatos, principalmente na Ásia (3.980) e América (2.418); 11.596 jardins da infância, a maior parte na América (3.661) e Ásia (3.441); 14.744 consultores matrimoniais, distribuídos no continente americano (5.636) e Europa (6.173); 3.663 centros de educação e reeducação social, além de 36.386 instituições de outros tipos.
Realmente o Novo Coronavírus mudou o jeito da vivência no mundo atual. Infelizmente, por muitos a prática religiosa não é considerada como essencial para superação deste momento de tamanha necessidade. Observamos que os espaços de culto têm muito mais condições de controlar os acessos das pessoas do que a grande circulação em feiras, sobretudo em bairros periféricos, onde o controle é mais escasso.
Como não considerar a fé se até mesmo os médicos, pesquisadores e cientistas buscam em Deus forças para suportar os desafios que são impostos nestes tempos difíceis? Como não considerar a fé essencial se ela mantém a sanidade das pessoas, um suspiro de esperança, um porto seguro diante de tantas perdas, incertezas, sofrimento? Como não considerar a fé essencial se há mais de 400 anos dava-se o início da evangelização na Amazônia, e a Igreja é aqui a instituição mais sólida e reconhecida?
A fé não pode ser considerada como tal apenas em tempos de festas, com resultados para grandes aportes financeiros de diversas entidades. Ela tem que ser levada a sério pois ela é mais que promoção de serviços, é essencial à vida.
Alan Monteiro da Silva
Arquidiocese de Belém