Quarto Arcebispo de Belém recebe reconhecimento como Venerável pela Congregação da Causa dos Santos

Dom Antônio de Almeida Lustosa, foi declarado venerável nesta quinta-feira, 22, após ter suas virtudes heroicas reconhecidas. O decreto foi promulgado pelo Papa Francisco, que recebeu em audiência o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos.

Dom Antônio de Almeida Lustosa nasceu em 11 de fevereiro de 1886 em São João del-Rei, Minas Gerais, e desde jovem demonstrou grande inteligência e dedicação à vida religiosa. Aos 26 anos, foi ordenado sacerdote e se destacou como Mestre de Noviços e Diretor, responsável pela formação de aspirantes salesianos.

O processo de beatificação de Dom Lustosa foi iniciado em 1993 pelo então Arcebispo de Fortaleza, Dom Aloísio Lorscheider. Uma comissão foi formada pela Arquidiocese para realizar pesquisas e resgatar a memória do bispo como pastor, educador e escritor. Atualmente, o processo está na segunda fase, na qual as “virtudes históricas” do bispo estão sendo analisadas pela Congregação da Causa dos Santos no Vaticano. Após a aceitação desses documentos, será necessário o reconhecimento de dois milagres para a beatificação e canonização do religioso.

Dom Antônio de Almeida Lustosa faleceu em 14 de agosto de 1974 na casa salesiana de Carpina, Pernambuco, onde viveu seus últimos quinze anos. Durante sua trajetória, atuou como bispo em Corumbá e foi o 4º Arcebispo de Belém atuando entre 1931 a 1941.

Durante seu período na Arquidiocese de Belém criou quatro paróquias, da oitava à décima primeira, sendo na ordem a Santa Teresinha do Menino Jesus (Jurunas), Santa Cruz e a Paróquia São João Batista, esta última em 12 de janeiro de 1935, que será elevada a Santuário Arquidiocesano no próximo dia 24 de junho.

Após dez anos percorrendo o bioma amazônico, na Arquidiocese de Belém, Dom Lustosa é transferido para a Arquidiocese de Fortaleza, que em 1941 foi o segundo arcebispo.

Processo de beatificação

A beatificação é um processo que reconhece a santidade de uma pessoa e é o primeiro passo para a canonização. Para que uma pessoa seja beatificada, é necessário que se comprove um milagre atribuído à sua intercessão.

O processo de beatificação de Dom Lustosa está na segunda fase, quando são analisadas as “virtudes históricas” do bispo salesiano pela Congregação da Causa dos Santos no Vaticano. Após a aceitação desses documentos, o religioso precisa passar pelo reconhecimento de dois milagres, um para beatificação e o outro para canonização.

Vida e Missão

Dom Antônio de Almeida Lustosa, 4° Arcebispo de Belém e 2º Arcebispo de Fortaleza

Antônio de Almeida Lustosa nasceu em 11 de fevereiro de 1886 de uma família da burguesia de São João del-Rei, no Estado brasileiro de Minas Gerais (MG). Dos pais aprendeu o espírito de sacrifício e o valor do trabalho. Os salesianos tinham aberto fazia pouco um internato – o Colégio Dom Bosco – em Cachoeira do Campo (MG). Antônio ali foi aos 16 anos. Dois anos depois decidiu tornar-se salesiano. Distinguiu-se por penetrante inteligência e por real empenho na vida religiosa. Aos 26 anos já era ordenado sacerdote. Foi feito Mestre de Noviços, e Diretor (em Lavrinhas, no Estado de São Paulo), sendo encarregado da formação dos aspirantes salesianos, dos Estudantes Salesianos de Filosofia e de Teologia. Além de ensinar, formava ao apostolado salesiano numerosos clérigos, animando, com a ajuda deles, as paróquias e os oratórios nas cidadezinhas próximas.

Em 1925 foi eleito Bispo de Uberaba, também em Minas Gerais (MG). Achou o seminário praticamente vazio: depois de um ano tinha no ginásio cerca de 30 seminaristas. Interessou-se pelos excluídos, fazendo sua a urgência da justiça social. Não haviam passado sequer quatro anos que foi transferido a Corumbá, no hoje Mato Grosso do Sul (MS), sede maior e com maiores dificuldades para a evangelização.

Após dois anos foi nomeado Arcebispo de Belém do Pará (PA), imensa Diocese da Região Norte do Brasil. Ali ficou dez anos, prodigalizando-se com a mesma generosidade de sempre.

Em 1941 foi transferido à importante sede de Fortaleza, no Estado do Ceará (CE), onde se expendeu com tudo o que era, por bem 22 anos, vivendo intensamente o “Da mihi animas” de Dom Bosco. Convencido de que a primeira evangelização consiste no redar dignidade às pessoas e famílias mais pobres, fundou ambulatórios, o hospital São José, escolas populares gratuitas e círculos operários. Inaugurou a “Sopa dos pobres” e os Serviços Sociais da Arquidiocese. Sem nunca esquecer o pastoreio das almas, deu vida ao Pré-Seminário, ao Santuário “Nossa Sra. de Fátima” e à ‘Rádio Assunção Cearense’. Para dar assistência às famílias do campo fundou a Congregação das ‘Josefinas’.

Dom Antônio foi um escritor prolífico nos setores mais variados: teologia, filosofia, espiritualidade, hagiografia, literatura, geologia, botânica. De não esquecer o seu finíssimo senso de humor. Assaz apreciado foi também no campo artístico: são seus os vitrais da Catedral de Fortaleza.

Em 1963 se retirou à Casa Salesiana, de Carpina (PE), onde transcorreu os últimos 11 anos de vida e onde aos 14 de agosto de 1974 entregou a sua alma a Deus. Seu corpo repousa na Catedral de Fortaleza.  Dom Antônio de Almeida Lustosa agora é “Venerável Servo De Deus”

Foto: Arquidiocse de Fortaleza

 

 

 

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