A missão da Igreja na Amazônia é um movimento contínuo no processo de evangelização, “para frente e para o alto”. A Cruz que queremos anunciar, de fato aponta para o alto, para o Céu, para Nosso Senhor. Nela contemplamos as raças que compõem nosso povo. Nela queremos também assumir os compromissos pastorais de nossa Igreja de Belém.
Em primeiro lugar a Missão como horizonte de nossa atuação, para levar a Boa Nova do Evangelho a todos. Para realizar a vocação missionária em Comunhão, buscamos a Pastoral de Conjunto, com o compromisso de todas as forças vivas da Igreja. Estas forças vivas buscam a formação permanente para serem presença evangelizadora. Esta presença quer ser profética em seu testemunho, com a paixão pelos valores do Reino de Deus. Se buscamos estes valores, a caridade e o serviço serão marcas inseparáveis de nossa atuação missionária. Todos nós queremos viver uma espiritualidade centrada na Missão e na Comunhão. A serviço da Missão e da Comunhão, comprometemo-nos a um esforço de Comunicação, através de todos os meios disponíveis.
Veremos durante este ano, nas peças de comunicação que preparamos, esta Cruz em contínua construção, mantendo os lados que apontam para frente e para o alto, bem como a presença de Jesus Crucificado e de sua ressurreição, nossa salvação, para provocar-nos à Missão, com cores que expressam as raças que fazem parte do povo da Amazônia e os eixos de nossa atuação pastoral missionária. A Arquidiocese de Belém se descobre a cada dia, está em constante processo de construção de sua identidade, formação e renovação contínua.
A Igreja chegou à Amazônia com os primeiros missionários, tanto que nascemos do Forte do Presépio e nosso nome é Belém! Entretanto, foi em 1719, no dia 4 de março, que foi criada a Diocese de Belém. Até a criação de Manaus como Diocese, no final do século XIX, toda a Amazônia fazia parte da Diocese de Belém. Em nossas peças de comunicação, ela aparecerá escrita em preto, símbolo de seriedade, sobriedade, prestígio, e ao mesmo tempo modernidade. Queremos percorrer a memória agradecida desses trezentos anos levados a sério pelo Povo de Deus e por tantos agentes de pastoral, Arcebispos e Bispos, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, Leigos e Leigas que deram seu tempo e sua vida pela Missão em nossas terras.
Uma Igreja que olha para frente e para o alto. Com a missão de evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia. Recebemos de Jesus Cristo uma missão! Seus discípulos da primeira hora foram formados por Ele e acalentados com a presença. Em seguida, foram lançados à missão, encarregados, quando de Sua partida para o Céu, de levar a Boa Nova do Evangelho a todos os recantos da Terra: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (Mc 16,15-16). A Igreja de Belém quer ouvir como dirigida a ela esta palavra: “Ide e anunciai!” (Mc 16, 15)
O Ano Jubilar que agora iniciamos terá sua abertura solene no dia 22 de fevereiro, Festa da Cátedra de São Pedro, na Eucaristia presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, no Ginásio do Mangueirinho, às 19 horas, com a participação de todas as forças vivas de nossa Igreja, contando também com a presença dos Bispos do Pará e do Amapá. Será a grande oportunidade de manifestar nossa ação de graças, memória agradecida pelos trezentos anos, nosso jubileu! Nesta data, todas as Paróquias, Pastorais e Movimentos de nossa Igreja se apresentarão. As Paróquias e Áreas Missionárias apresentarão estandartes retratando seus padroeiros e padroeiras. Assim, poderemos tomar consciência de nossa identidade, o rosto com o qual desejamos viver a nossa missão.
E missão será a palavra de ordem para todos nós durante o ano. O eixo se encontrará nas sete Visitas Pastorais Missionárias programadas para as Regiões Pastorais, com a presença dos Bispos e atividades missionárias nas diversas Paróquias de cada Região. Será um verdadeiro mutirão, antecipando o mês missionário especial que o Papa convocou para outubro de 2019. Para nós, outubro é tempo de Círio, e o Círio de 2019 tem como tema “Maria Mãe da Igreja”, e ele será preparado e vivido no clima de missão que envolverá a Arquidiocese a partir de agora.
Enfim, todos os Bispos da Amazônia estarão em Roma no mês de outubro, junto com o Papa, na realização do Sínodo Especial para a Amazônia, para o qual já nos preparamos com nossa oração e as contribuições que chegarão à Comissão Central do Sínodo.
Tudo isso revela a vitalidade da Igreja, que fará com que este ano seja novo a partir de dentro, na força renovadora suscitada pelo Espírito Santo na Igreja. Ninguém pode ficar de fora! Todos os setores do Povo de Deus se sintam no direito de participar. O contato com as Paróquias abrirá as portas para que todos experimentem o chamado à missão e se envolvam diretamente. Trata-se de uma consequência de nosso Batismo, para que Jesus seja manifestado ao mundo.
Nas próximas semanas, a liturgia nos ajudará a entender o desafio da manifestação de Jesus ao mundo, com a solenidade da Epifania, visita dos Magos a Belém de Judá, a Festa do Batismo do Senhor e o Evangelho das Bodas de Caná. É o tempo das “teofanias” (Manifestações de Deus), e hoje elas nos são entregues como missão!
Presidente da Fundação Nazaré de Comunicação, também é apresentador de programas na TV e Rádio e articulista de diversos meios impressos e on-line, autor da publicação anual do Retiro Popular.
Enquanto Padre exerceu seu ministério na Arquidiocese de Belo Horizonte – MG: Reitor do Seminário, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Pároco em várias Paróquias, Vigário Forâneo, Vigário Episcopal para a Pastoral e Capelão de Hospital.
Foi Bispo Auxiliar de Brasília, membro da Comissão Episcopal de Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino – Americano – CELAM. Tomou posse como primeiro Arcebispo Metropolitano de Palmas – TO. Atualmente o 10º Arcebispo Metropolitano de Belém.