A Igreja encontra-se mais uma vez em um importante encontro em função da Amazônia Legal, desta vez em realização do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, realizado entre os dias 06 e 09 de junho, no Seminário São Pio X, em Santarém.

O evento tem como objetivo celebrar e fazer memória do Documento de Santarém, o qual há 50 anos (1972), traçou linhas pastorais importantes para a missão da Igreja na Amazônia: a encarnação na realidade e a evangelização libertadora e ajudou a assumir os novos caminhos nascidos no Concílio Vaticano II e latino-americanizados em Medellín em 1968.

Em função do evento o Santo Padre, Papa Francisco, enviou mensagem para os participantes do evento. Confira na íntegra:

Queridos irmãos e irmãs,

Com o coração repleto de alegria e esperança, dirijo-me a todos os participantes do IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, pois é motivo de especial alento para mim saber que sonhamos juntos com comunidades cristãs capazes de se devotar e encarnar de tal modo na Amazônia, que deem à Igreja rostos novos com traços amazónicos” (QA, 7). Ao mesmo tempo, saber que esse encontro faz memória daquele ocorrido nesse mesmo local há 50 anos atrás, é ocasião de intensa ação de graças ao Altíssimo pelos frutos da ação do Divino Espírito Santo na Igreja que está na Amazônia durante estas últimas 5 décadas quanto a mesma inspira.

Aquele “Encontro de Santarém” propôs linhas evangelização que marcaram a ação missionária das comunidades amazônicas e que auxiliaram na formação de uma sólida consciência eclesial. As intuições daquele encontro serviram também para iluminar as reflexões dos padres sinodais, no recente Sínodo para a região Pan-Amazônica, como recordei na Exortação Apostólica Pós Sinodal Querida Amazónia, ao descrevê-lo como uma das “expressões privilegiadas” do caminhar da Igreja com os povos da Amazônia (cf. QA, 61). De fato, nas conhecidas “linhas prioritárias”, frutos do recordado encontro, encontram-se esboçados os sonhos para a Amazônia que foram reafirmados no último sínodo (cf. QA, 7).

Alegro-me igualmente das Igrejas Particulares da Amazônia Brasileira, por meio de suas comunidades, em levar adiante as indicações da última Assembleia Sinodal, testemunhando ao mesmo tempo, pela já enraizada e bela tradição dos encontros das Igrejas Locais, a vivência da sinodalidade – como expressão de comunhão, participação e missão – à qual toda a Igreja é chamada. Recordo com carinho e com gratidão a participação intensa dos que vieram do Brasil à Roma trazendo vitalidade, força e esperança para as sessões do Sínodo de 2019.

Sejam corajosos e audaciosos, abrindo-se confiadamente à ação de Deus que tudo criou, nos deu a si mesmo em Jesus Cristo (cf. QA, 41), e nos inspira através do Espírito a anunciar o Evangelho com novo empenho e a contemplar a beleza da criação, ainda mais exuberante nessas terras amazônicas, onde se experimenta a presença luminosa do Ressuscitado (cf. QA, 57).

Ao depositar aos pés de Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia – que jamais nos abandona nas horas escuras (cf. QA, 1 11) – envio-lhes, queridos irmãos e irmãs, de todo o coração, a Benção Apostólica, pedindo também que, por favor, continuem a rezar por mim e pela missão que o Senhor me confiou.

Franciscus

Roma, São João de Latrão, 31 de maio 2022.

Em Comemoração aos dez anos da Comissão Episcopal da Amazônia, criada pela Assembleia dos Bispos do Brasil (CNBB), para apoiar a evangelização na Amazônia, foi lançado o documento a seguir com uma coletânea documentos, com o objetivo de registrar, para a posteridade, os importantes momentos vividos pela Igreja, a partir de 1952, quando se deu 1º Encontro do Episcopado da Amazônia, até o ano de 2013, quando aconteceu o 1º Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal.

Coletânea Desafio Missionário

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