Identidade

A Cúria Metropolitana é o órgão administrativo da Arquidiocese de Belém, sendo também responsável pelos âmbitos jurídico e pastoral, auxiliando o arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa e o bispo auxiliar Dom Antônio de Assis Ribeiro na realização da missão da Igreja.

Na Cúria funcionam a Mitra Arquidiocesana, a Secretaria-Geral do Arcebispado, o Vicariato-Geral, o Economato, a Tesouraria, a Chancelaria, o Departamento de Patrimônio, a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral, o Tribunal Eclesiástico, o Setor de Documentos e Arquivo e o Setor de Comunicação.

A Cúria também administra o Seminário Arquidiocesano Pio X, o Centro de Cultura e Formação Cristã (CCFC) e a Faculdade Católica de Belém.

Missão

Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária, profética e misericordiosa, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo.

Visão

Manter-se como referência de evangelização na Amazônia, guiada pela força do Espírito Santo, como Igreja Católica Apostólica Romana, discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia.

Valores

A Arquidiocese de Belém é um lar para muitos povos. De vivência eucarística, tem como maior riqueza a fé e o trabalho missionário realizado pelo clero, pastorais, religiosos(as) e leigos(as), formando uma Igreja com rosto amazônico. Promove uma rede de comunidades eclesiais e favorece uma presença maior da Igreja na vida do seu povo, carregando em si a identidade mariana.

Bandeira

BANDEIRA DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM DO PARÁ

A bandeira da Arquidiocese de Belém do Pará foi criada em 2015, durante os preparativos para a comemoração do quarto centenário do início da evangelização da Amazônia e dos 400 anos da cidade de Belém do Pará, celebrados em 2016. O brasão da Arquidiocese serviu de referência para a criação da bandeira e está posicionado no lado esquerdo, sobreposto à cor verde, que simboliza a Amazônia, a riqueza da floresta e a herança dada pelo Criador.

Do lado direito da bandeira, temos a cor azul, que, segundo a heráldica, remete ao céu. É uma cor forte que representa o nascimento, a tranquilidade, a confiança e a autoridade. O branco expressa a paz, a harmonia, a singeleza e a calmaria. Já o amarelo carrega consigo significados como coragem, cordialidade, alegria e riqueza, além de estar associado ao que é sacro e espiritual.

Na visão cristã, a junção dos dois planos — azul e branco — na bandeira indica a Virgem Mãe sob seus títulos de Nossa Senhora das Graças, Santa Maria de Belém e Nossa Senhora de Nazaré. As cores amarela e branca também remetem à bandeira pontifícia.

Brasão

BRASÃO DE ARMAS DA ARQUIDIOCESE

 

O Brasão de Armas da Arquidiocese de Belém do Pará foi criado em 20 de maio de 2008, durante o período da novena em preparação para os 400 anos de evangelização da Igreja na Amazônia, por iniciativa do então arcebispo metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta.
 

SIMBOLISMO

O escudo apresenta dois campos: o azul representa o plano espiritual e transcendental; o vermelho simboliza o plano temporal, ambos integrados no Projeto Divino. A ligação entre esses dois planos se dá pela presença de Maria, representada pela flor-de-lis, que concebeu, sem pecado, em Belém, seu Filho unigênito: o Cristo, retratado na Cruz.

O símbolo da Conceição de Nossa Senhora de Belém está representado no berço pobre onde Jesus nasceu. O patrocinador desse mistério é o Espírito Santo, simbolizado em sua alegoria litúrgica sobre a Cruz. A estrela com cauda representa o anúncio do nascimento de Cristo, concebido por sua Mãe Santíssima, Nossa Senhora de Belém de Judá, padroeira desta Arquidiocese. Ambos, Mãe e Filho, deixam cair, sob a forma de rosas heráldicas, as graças da salvação das almas, para o melhor serviço de Deus e de sua Igreja imortal.

DESCRIÇÃO HERÁLDICA

O escudo é cortado: o primeiro campo, superior, é azul; o segundo, inferior, é vermelho. Sobre o campo vermelho, há uma flor-de-lis de ouro, cuja pétala central se projeta para cima em forma de cruz, também de ouro. No campo azul, a haste da cruz sobrepõe-se a uma estrela dourada de seis pontas, com cauda. Em chefe, acima da cruz, encontra-se uma alegoria do Espírito Santo, também em ouro. Sobre a linha divisória entre os campos, ladeando o eixo do escudo, há duas rosas heráldicas de prata, uma de cada lado. Abaixo da flor-de-lis, no contra-chefe, há um berço do mesmo metal (prata).

INSÍGNIAS

As insígnias que acompanham o escudo são: uma mitra dourada, forrada de vermelho, da qual saem dois fitões dourados, também forrados de vermelho; a parte frontal da mitra é ladeada por duas cruzetas de prata. Há ainda uma cruz patriarcal de ouro, posta em banda, um báculo de ouro, posto em barra, e um pálio.

Oração

ORAÇÃO PELA ARQUIDIOCESE DE BELÉM

Pai de amor e misericórdia, em nome de Jesus, vosso Filho amado, vos pedimos: enviai-nos o Espírito Santo, sopro de vida; renovai-nos com a vossa graça e iluminai-nos, para vermos na Igreja e no mundo os sinais da vossa presença, os apelos das vossas inspirações e o zelo pela evangelização.

Fazei que todo o povo de Deus, unido num só corpo, concorra para a edificação do vosso Reino.

Suscitai, em nossa Igreja de Belém, solidariedade e compromisso com todos os irmãos sofredores, fazendo-nos descobrir, no rosto deles, a face de Jesus.

Ajudai-nos na caminhada pastoral de nossa Arquidiocese, renovando em nós o ardor incontido da Virgem Maria e o fervor dos missionários pioneiros de nossas terras amazônicas.

Fortalecei nosso arcebispo e seus bispos auxiliares, que colocastes à frente da Igreja de Belém, para que conduzam com sabedoria o rebanho que lhes foi confiado.

Que os ministros ordenados, os religiosos e as religiosas, os leigos e as leigas estejam unidos, para que nossa Igreja realize o vosso desejo de comunhão e de vida plena para todos, para que o mundo creia!

Amém!

Padroeira

PADROEIRA DA ARQUIDIOCESE DE BELÉM

A desconhecida Belém de Judá, pequena aldeia no tempo de Cristo, tornou-se famosa em todo o mundo por ter sido o berço do Salvador, iniciando-se ali uma nova era para a humanidade.

Apesar de a Judéia ser um estado vassalo de Roma na época de Herodes, somente após a queda de Jerusalém, no ano 70, ela passou a fazer parte do Império Romano. O imperador Constantino, convertido ao cristianismo, mandou edificar, no ano 330, sobre a gruta da Natividade, uma basílica cujos belos mosaicos, representando os antepassados de Jesus e os profetas que anunciaram seu nascimento, a celebrizaram como um dos principais monumentos artísticos da Cristandade.

Havia no templo uma imagem bizantina da Virgem Santíssima, que se tornou conhecida com o título de Santa Maria de Belém. Seu culto se espalhou pela Europa, chegando a Portugal por meio de religiosos e peregrinos que estiveram na Terra Santa.

No início do século XV, o infante Dom Henrique, fundador da Escola de Sagres e grande incentivador das navegações portuguesas, mandou construir, na praia do Restelo, em Lisboa, uma igreja dedicada àquela invocação. Dizia ele que, assim como a Estrela de Belém guiou os Reis Magos até a manjedoura onde se encontrava o Menino Deus, assim também a Senhora de Belém ajudaria a encontrar novas terras e o caminho para as Índias.

Foi ali, na pequena ermida do Restelo, que Vasco da Gama, antes de partir à procura das Índias em 1497, passou a noite em oração e assistiu à Santa Missa. Vasco da Gama obteve êxito completo em sua arriscada travessia marítima, chegando são e salvo à lendária Calecute, onde foi recebido pelo Samorim. Em agradecimento à proteção da Soberana dos Mares, el-rei Dom Manuel transformou a humilde capela de Santa Maria de Belém no suntuoso mosteiro conhecido atualmente como os Jerônimos, uma das obras-primas da arquitetura manuelina.

Desde então, as grandes expedições marítimas eram precedidas por solenes cerimônias religiosas na magnífica igreja da Protetora dos Navegantes. Pedro Álvares Cabral, antes de iniciar sua viagem de descobrimento, ali assistiu à Santa Missa e seguiu com o rei em procissão até o cais, onde a frota, pronta para zarpar, saudou com entusiasmo seu soberano e seu comandante.

Trazida para o Brasil pelos primeiros povoadores, essa invocação da Mãe de Deus teve muitos devotos em todo o território nacional, principalmente em Itatiba (SP) e Belém do Pará, que lhe dedicaram suas paróquias.

No Natal de 1615, o capitão-mor Francisco Caldeira Castelo Branco partiu de São Luís do Maranhão com três navios e 150 homens, para ocupar o Amazonas. Em janeiro, desembarcou na foz daquele rio, na formosa baía do Guajará, onde ergueu o Forte do Presépio, fundando uma povoação que mais tarde recebeu o nome de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.

Alguns anos depois, Castelo Branco entrou em conflito com a tropa e, devido à violência com que tratou seus oficiais, foi preso, demitido do cargo de capitão-mor e levado para Portugal. Os indígenas, aproveitando-se da desunião entre os conquistadores, cercaram a vila e nela penetraram, matando velhos, mulheres e crianças. O historiador sacro Frei Agostinho de Santa Maria, em seu livro publicado em 1722, afirmava que o nome de Nossa Senhora de Belém teria sido dado à Padroeira da cidade “em memória dos Santos Inocentes que, em Belém, foram degolados por amor a Jesus, a quem Herodes também pretendia matar”.

Na capital paraense, os festejos da Protetora realizam-se em 1º de setembro, na Sé, que durante muito tempo esteve sob o orago de Nossa Senhora da Graça. Somente em fins do século XIX, devido a uma promessa feita pelo bispo Dom Macedo Costa, a catedral foi entregue a Santa Maria de Belém numa cerimônia solene, perpetuada em artísticos painéis na abóbada do templo.

Na fachada daquela igreja, uma das mais belas do Brasil colonial, inspirada na arquitetura oficial da corte de Lisboa na época de Dom João V, pode-se admirar uma enorme efígie da Virgem Maria com o Menino Jesus, já crescido, sentado em seu colo e abraçando sua Mãe. Sobre o altar-mor, além de uma bonita imagem semelhante à da fachada, existe uma grande tela, executada por pintor português, representando o presépio de Belém, como recordação do nome dado ao forte, do qual se originou a pitoresca cidade das mangueiras. Entretanto, a tradicional escultura barroca da Padroeira, que antigamente se encontrava em rico altar de talha aperolada e dourada, está atualmente, segundo informação do escritor Leandro Tocantins, quase escondida em modesta peanha na antessala da sacristia, de onde sai apenas para as procissões organizadas em sua honra.

Viajando à procura do rio-mar, o capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, guiado pela estrela do Natal, chegou ao local predestinado a ser o berço da civilização luso-brasileira no extremo norte do Brasil: a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, porta de entrada da fabulosa Amazônia.

Iconografia

REPRESENTAÇÕES DA SENHORA DE BELÉM

Existem várias representações da Senhora de Belém. Em Lisboa, na capela dos Jerônimos, Ela aparece com José e o Menino Jesus de pé entre seus pais, usando roupas bordadas. O Divino Infante aparenta ser uma criança com mais de um ano, pois está em pé. Segundo alguns historiadores, Ele teria essa idade quando ocorreu o episódio da Matança dos Inocentes e da Fuga para o Egito.

As imagens de Nossa Senhora de Belém, existentes na fachada e no altar-mor da Sé paraense, representam Maria de pé, com o Menino Deus já crescido, sentado em seu colo e abraçando sua Mãe. Já a imagem colocada no mesmo altar mostra São José e Nossa Senhora reclinados sobre a manjedoura, onde repousa Jesus recém-nascido. Acredita-se que essa tela seja mais uma lembrança do Presépio, devido ao nome dado ao forte, do qual se originou a cidade.