O momento será no dia 11 de novembro, das 9h às 12h, com visitas aos barcos hospitais Papa Francisco e São João XXIII
A Arquidiocese de Belém está recebendo, desde o último dia 4, diversas delegações internacionais da Igreja Católica que participarão da COP30 e dos eventos promovidos pela Arquidiocese entre 11 e 16 de novembro. Ao longo desse período, cerca de 120 participantes ficarão hospedados em casas de retiros e paróquias da Arquidiocese, entre eles, o Secretário de Estado da Santa Sé, o Núncio Apostólico no Brasil, oito cardeais, nove arcebispos, 26 bispos, além de padres e leigos de países como Itália, Peru, Índia, Nigéria, Congo, Colômbia, Sérvia, Filipinas, Ruanda e delegações brasileiras.
Como parte dessa programação (acesse a programação completa aqui), os bispos realizarão, no dia 11 de novembro, das 9h às 12h, uma visita aos barcos-hospitais Papa Francisco e São João XXIII, que estão ancorados no porto hidroviário de Icoaraci até o dia 12.
A presença das embarcações integra as ações da Igreja Católica para oferecer atendimento humanitário e serviços de saúde durante a COP30. Mais de 80 profissionais de saúde atuam de forma voluntária nos barcos, realizando exames laboratoriais, mamografias, tomografias, ultrassonografias, cirurgias de média complexidade, odontologia, oftalmologia, entre outros atendimentos especializados.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Igreja Católica, por meio da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, congregação responsável pela gestão e operação dos barcos e o Governo do Estado do Pará.
EMBARCAÇÕES DA ESPERANÇA: OS BARCOS-HOSPITAIS PAPA FRANCISCO E SÃO JOÃO XXIII
As embarcações Barco-Hospital Papa Francisco e Barco-Hospital São João XXIII, lideradas pela Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus em parceria com governos estaduais e apoio institucional, estão em missão permanente para levar atendimentos médicos altamente especializados, exames laboratoriais e cirurgias gratuitas às comunidades ribeirinhas e indígenas da Amazônia. Com essa atuação, o modelo fluvial de saúde transforma distâncias geográficas em oportunidades de cuidado e dignidade.
A saúde, muitas vezes, fica a quilômetros de distância de quem vive nas margens dos rios da Amazônia, enfrentando logística difícil, acessos instáveis e falta de infraestrutura. Ciente desse desafio, a Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus avançou com um modelo inovador: hospitais que navegam. Dessa iniciativa surgem os barcos-hospitais Papa Francisco e São João XXIII, símbolos de humanização, inclusão e inovação no cuidado em saúde no Brasil.
BARCO-HOSPITAL PAPA FRANCISCO
Inaugurado em 17 de agosto de 2019, o barco mede 32 metros de extensão e conta com 20 tripulantes fixos e mais 10 voluntários em rodízio.
Sua estrutura inclui consultórios médicos e odontológicos, centro cirúrgico, sala oftalmológica, laboratório de análises, sala de medicação e vacinação, além de leitos de enfermaria e equipamentos diagnósticos como raio-X digital, mamografia, ecocardiograma, eletrocardiograma e ultrassom
Em uma das expedições recentes na região de Aritapera e Urucurituba (PA), foram realizados mais de 5 mil atendimentos, com especialidades como clínica geral, ginecologia, ortopedia, radiologia, anestesia, cirurgia de cabeça e pescoço e odontologia.
Não se trata apenas de levar saúde, trata-se de chegar aonde ninguém chega, com respeito à cultura dos povos amazônicos, com equipes que combinam saber técnico e sensibilidade territorial.
BARCO-HOSPITAL SÃO JOÃO XXIII
Mais recente, o São João XXIII foi inaugurado em dezembro de 2024 no estado do Amazonas. Distribuído em três andares, com 14 leitos, sendo 10 para internação e 4 para recuperação pós-anestésica, a embarcação conta com um centro cirúrgico oftalmológico e dois centros cirúrgicos gerais equipados para videocirurgias.
Em uma das expedições registradas, foram realizados quase 7 mil atendimentos em seis dias, incluindo 1,1 mil consultas médicas, 3 mil exames (laboratório, raio-X, mamografia, ultrassom), 101 cirurgias de média e baixa complexidade, 64 internações e 751 kits de medicamentos.
PARCERIAS, IMPACTO SOCIAL E VISÃO DE FUTURO
Ambas as embarcações são resultado de articulação entre terceiro setor, poder público e mobilização comunitária. No caso do São João XXIII, por exemplo, os recursos para construção vieram de convênios e destinações de recursos judiciais, demonstrando que investimento social inteligente transforma realidades.
O impacto é evidente: ao levar atendimento especializado até as populações mais vulneráveis, os barcos-hospitais funcionam como instrumento de equidade em saúde, alinhando-se aos objetivos de desenvolvimento sustentável, como redução das desigualdades e parcerias para a implementação de serviços.
Para o futuro, o paradigma está lançado: saúde pública que se desloca, que não espera, mas vai. Um modelo replicável, escalável e adaptável a outras regiões amazônicas ou de difícil acesso, que conjuga inovação, logística e compromisso ético.

