RELAÇÕES IGREJA E METRÓPOLE

“Como ouvimos dos antigos, contemplamos: Deus habita esta cidade, a cidade do Senhor onipotente, que Ele a guarde eternamente” Salmo 47(48).

Dia 31 de julho de 2017, tive a satisfação de participar em São Paulo-SP, no bairro Ipiranga, do Encontro das Igrejas das Metrópoles, com a presença de cardeais, arcebispos e bispos das principais cidades do Brasil. Marquei presença, representando a Arquidiocese de Belém. Eis algumas conclusões que foram discutidas e aprofundadas no Evento, que podem ser importantes para nossa ação pastoral, no contexto da Assembleia Pastoral, que está em andamento, e em vista do futuro Sínodo Arquidiocesano, e também para uma ação mais eficaz em nossa Igreja local. São situações que nos levam a pensar e a tomar decisões mais acertadas no campo da evangelização em nossas metrópoles. Esse artigo quer ser um início de conversa sobre o tema. Você pode também nos enviar sugestões.

  1. Situações eclesiais novas:

– Grande concentração de fiéis em pouco espaço urbano;
– Mobilidade urbana e pouca vinculação a uma comunidade eclesial específica…
– Diminuição da busca da catequese e da formação à vida cristã…
– Poucos casamentos na Igreja…
– Diminuição das vocações sacerdotais e religiosas…
– Pouca ação e presença da Igreja junto aos jovens…
– Tendência ao subjetivismo e ao individualismo também entre os católicos…
– Nossa dificuldade para alcançar os fiéis com a mensagem da Igreja… Dispersão e “cacofonia” de mensagens e disputa de “audiência” no ambiente urbano…
– Organização pastoral dispersiva e nem sempre focada no essencial…
– Necessidade de adequar nossa organização eclesial e pastoral na Metrópole…
– Abandono da Igreja e passagem de fiéis para outras Igrejas / grupos cristãos ou para outras religiões, ou abandono da Religião…
– Outras questões…

  1. Situações problemáticas externas à Igreja no mundo urbano

– Proliferação e proselitismo agressivo de grupos neopentecostais…
– Pobreza de grande parte da população das metrópoles;
– Violência na Metrópole e novos problemas sociais…
– Dependência química (álcool e drogas)…
– Precariedade do sistema educacional e sanitário;
– Desagregação familiar… “Novos modelos” de família…
– Dissolução da moral e dos costumes (prostituição…). Desorientação quanto à moral em geral, e em especial, quanto à moral da justiça, da pessoa, da vida e da sexualidade…
– Ideologia de gênero…
– Dificuldades decorrentes da própria estrutura da Metrópole, como o trânsito pesado, as muitas exigências burocráticas para a ação desimpedida da Igreja…
– Outras questões…

 

Como pode a Igreja realizar de maneira eficaz a sua vida e sua missão no contexto da Metrópole, com essas situações e outras?

Nascido em Vista Alegre do Prata (RS) foi ordenado Sacerdote da Congregação de São José (Josefinos de Murialdo). Atuou como professor, ecônomo e vigário paroquial, formador de seminaristas. Exerceu estudos e formação em Brasília e São Paulo. Hoje é bispo auxiliar de Belém e secretário da CNBB N2.

Pároco na Paróquia Santa Edwiges (PA) durante 15 anos exerceu atividades de Vice-Diretor, Ecônomo e Diretor da Comunidade Religiosa dos Josefinos de Murialdo. Membro do Conselho Presbiteral e Vigário Episcopal.

Atualmente é Bispo Referencial da Pastoral do Turismo e Membro da Comissão da Juventude na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Secretário Regional da CNBB Norte II e coordena a Pastoral das Ilhas na Arquidiocese, além de apresentador na Rádio e TV Nazaré.

Dom Irineu Roman

Bispo Auxiliar de Belém