MARIA, ESTRELA DA EVANGELIZAÇÃO

O que entendemos quando dizemos que Maria é a Estrela da Evangelização? O Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, nos fala sobre Maria como a Estrela da nova Evangelização. A Evangelii Gaudium, que traduzido do latim significa “a alegria do evangelho” é a primeira Exortação Apostólica do pontificado do Papa Francisco. No final do documento, o Papa se dirige a Virgem Maria como a “Mãe do Evangelho Vivente” (EG 287), pedindo a sua intercessão materna a fim de que o convite para uma nova etapa da evangelização seja acolhido por toda a comunidade eclesial.

Nas reflexões finais da Evangelli Gaudium, Papa Francisco ensina que Nossa Senhora é mulher de fé, que vive e caminha na fé, por isso a sua excepcional peregrinação da fé constitui sempre um ponto de referência para toda a Igreja. A Virgem de Nazaré deixou-se conduzir pelo Espírito Santo, através de um itinerário de fé, numa vocação que se realizou no serviço e na fecundidade. Fixamos nosso olhar em Maria, para que ela nos ajude a anunciar a todos a mensagem de salvação e para que os novos discípulos se tornem evangelizadores eficazes.

Francisco nos lembra que nesta peregrinação evangelizadora, não faltam as fases de aridez, de ocultação e até de certo cansaço, como as que viveu Maria nos anos de Nazaré enquanto Jesus crescia (EG 287). O Papa explica que “há um estilo mariano na atividade evangelizadora” (EG 288). Sempre que olhamos para a Virgem Maria, voltamos a acreditar na força da ternura e do afeto, próprios de uma Mãe. Na Mãe de Jesus, “vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentir importantes” (EG 288). Em Maria descobrimos que aquela que louvava a Deus é a mesma que assegura o aconchego de um lar para nós que buscamos a justiça. A Mãe de Deus é também a mesma que conserva cuidadosamente “todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51).

A Virgem Maria sabe reconhecer os vestígios do Espírito Santo de Deus tanto nos grandes acontecimentos como nos pequenos, que parecem sem importância. A Mãe de Jesus é contemplativa do mistério de Deus no mundo, na história e na vida diária de cada um de nós. Maria é a mulher orante e trabalhadora em Nazaré, mas é também Nossa Senhora da Prontidão, que sai “às pressas” do lugar onde morava para ir ajudar à sua prima Izabel na sua velhice que estava grávida. Esta dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho para os outros faz da Virgem de Nazaré, um modelo eclesial para a evangelização (EG 288).

Sendo a Santíssima Virgem Maria a Estrela da Evangelização, Papa Francisco encerra a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, com uma oração dirigida a ela: “Pedimos-lhe que nos ajude, com a sua oração materna, para que a Igreja se torne uma casa para muitos, uma mãe para todos os povos, e torne possível o nascimento de um mundo novo. É Jesus Ressuscitado dos mortos que nos diz, com uma força que nos enche de imensa confiança e firmíssima esperança: ‘Eu renovo todas as coisas’ (Ap 21,5)”. Com a Virgem Maria, avançamos confiantes para esta promessa de seu Filho, e rezamos confiantes à Mãe da Igreja.

Feliz Círio para todos!

Nascido em Vista Alegre do Prata (RS) foi ordenado Sacerdote da Congregação de São José (Josefinos de Murialdo). Atuou como professor, ecônomo e vigário paroquial, formador de seminaristas. Exerceu estudos e formação em Brasília e São Paulo. Hoje é bispo auxiliar de Belém e secretário da CNBB N2.

Pároco na Paróquia Santa Edwiges (PA) durante 15 anos exerceu atividades de Vice-Diretor, Ecônomo e Diretor da Comunidade Religiosa dos Josefinos de Murialdo. Membro do Conselho Presbiteral e Vigário Episcopal.

Atualmente é Bispo Referencial da Pastoral do Turismo e Membro da Comissão da Juventude na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Secretário Regional da CNBB Norte II e coordena a Pastoral das Ilhas na Arquidiocese, além de apresentador na Rádio e TV Nazaré.

Dom Irineu Roman

Bispo Auxiliar de Belém